Daniel Bilac's profile

monumento vidraça monumento ruína

Fine Arts
monumento vidraça monumento ruína | memorial minas gerais vale | nov. 2014 / jan. 2015 | curadoria: eduardo de jesus | fotografia: daniel mansur
MONUMENTO VIDRAÇA MONUMENTO RUÌNA (2014)

Um monumento pretende ser, via de regra, a última palavra de um discurso. Sua tarefa parece ser a de encerrar um significado que, tornado concreto, deveria ser imutável. No entanto, desde o primeiro instante de sua existência física, um monumento está sujeito a ser danificado, rasurado e ressignificado. Ele se torna, assim, a primeira palavra de sua própria história e ruína. Afinal, se há um ponto em que talvez estejamos de acordo, acredito que possa ser este: estamos sempre em conflito. Antes, disputamos a condução dos fatos; depois, a história sobre eles, suas possibilidades e conseqüências.

A versão oficial não se isenta de criar estratégias para, subjugando as demais, naturalizar-se na cultura. A comunicação de massa, a criação e manutenção de feriados, nomes de logradouros e monumentos públicos evidentemente não estão, na sua totalidade, engajados no projeto do discurso hegemônico. Todavia, não são raros os exemplos em que são usados para conduzir uma população a conclusões unificadas e normativas. Esse discurso, porém, não pode esquivar-se de certas perturbações. O outro e a natureza são, ainda e sempre, presenças arredias à ordenação, mesmo ante as tentativas de repressão e apagamento. Daí o ciclo de disputa pelo espaço / visibilidade, em seus sentidos múltiplos, que presenciamos nas cidades. 

-

Generally, a monument is intended to stand as the final word of a discourse. Once it has come into being, its goal seems to be the closure of matters and meanings that should remain settled. However, from the first moment of its physical existence, a monument is fated to be damaged, scrawled on and redefined. It is then transformed into the first word of its own story and eventual ruin. If there is something we can all agree about, I believe it is this: we are always in conflict. First, we fight for the control of the facts; then, we argue about the context of their narratives, their possibilities, and their consequences. 

In order to overwhelm further attempts, official channels create strategies to embed themselves within culture. Mass communication, the invention and observance of public holidays, street names and public monuments evidently are not all focused on the goal of hegemonic discourse. However, there are many instances in which those structures are employed to guide an entire population towards a standard set of conclusions. On the other hand, discourse cannot remain safe from certain challenges. Nature and ‘The Other’ now are, and always will be adverse to efforts to impose order, not taking into account repression and omission. Therefore, in cities we observe the cyclic battles for space and visibility, their multiple meanings and senses.

monumento ruína n.01 / a urina | 1,47 x 1,56 m | 2014 | fotografia: guto guniz
monumento ruína n. 02 / o terror | série monumento vidraça monumento ruína | 192 x 192 cm | 2014 (foto: guto muniz)
monumento ruína n.03 / o perímetro | técnica mista sobre papel | dimensões variáveis | 2014 | fotografia: guto muniz
monumento ruína n.04 / a avenida | técnica mista sobre papel | 193 x 198 cm | 2014 | fotografia: guto muniz
monumento ruína n.05 / o jardim | técnica mista sobre papel, 194 x 194 cm | 2014 | fotografia: guto muniz
monumento ruína n. 06 / o bloco | técnica mista sobre papel | 193 x 205 cm | 2014 | fotografia: guto muniz
monumento ruína n. 07 / o abismo | técnica mista sobre papel | 2,53 x 2,85 m | 2014 | fotografia: guto muniz
monumento ruína n. 08 / o cavalo | técnica mista sobre papel | 2,61 x 2,73 m | 2014 | fotografia: guto muniz
monumento ruína n. 09 / a pedra | técnica mista sobre papel | 213 x 191 cm | 2014 | fotografia: guto muniz
monumento ruína n. 10 / a ordem | técnica mista sobre papel | 202 x 205 cm | 2014 | fotografia: guto muniz
monumento vidraça monumento ruína | memorial minas gerais vale | nov. 2014 / jan. 2015 | curadoria: eduardo de jesus | fotografia: daniel mansur
monumento vidraça monumento ruína | memorial minas gerais vale | nov. 2014 / jan. 2015 | curadoria: eduardo de jesus | fotografia: daniel mansur
monumento vidraça monumento ruína | memorial minas gerais vale | nov. 2014 / jan. 2015 | curadoria: eduardo de jesus | fotografia: daniel mansur
monumento vidraça monumento ruína | memorial minas gerais vale | nov. 2014 / jan. 2015 | curadoria: eduardo de jesus | fotografia: daniel mansur
monumento vidraça monumento ruína | memorial minas gerais vale | nov. 2014 / jan. 2015 | curadoria: eduardo de jesus | fotografia: daniel mansur
monumento vidraça monumento ruína | memorial minas gerais vale | nov. 2014 / jan. 2015 | curadoria: eduardo de jesus | fotografia: daniel mansur
monumento vidraça monumento ruína
Published:

monumento vidraça monumento ruína

Monumento Vidraça Monumento Ruína Exposição realizada no Centro Cultural São Paulo, SP, em novembro 2015 / março 2016 e no Memorial Minas Gerai Read More

Published: