Donovan – o Guerreiro Nômade
 
Nascido de uma linhagem de guerreiros da tribo Tolk, nas terras nórdicas de Usbek, Donovan era o 7º filho de uma família de 10 irmãos. O povo Tolk era conhecido na região pelo amplo conhecimento em agricultura, mas também pelos bravos e ferozes guerreiros que guardavam suas terras há centenas de anos, muitos deles pertencentes a linhagem da família de Donovan.
Donovan passara com certa facilidade pelos rituais de iniciação, graças aos treinamentos que tivera desde cedo com seus irmãos e irmãs mais velhos, que consistia em ser acordado no meio da noite pelos anciões da tribo, ser vendado e jogado no meio da Floresta dos Uivos com apenas um machado e um arco com 3 flechas na aljava, tendo que sobreviver e retornar para casa. Deste ritual de iniciação, muitos sequer voltavam com vida da Floresta e alguns que retornavam se mostravam inadequados para servirem como guerreiros da tribo. Porém isso nunca aconteceu na história da família de Donovan, e ele não quebraria essa tradição: retornou para casa 3 semanas após o início do ritual, trajando uma capa de urso morto com as próprias mãos e habilidades (capa essa que viria a usar pelo resto da sua vida), seu machado bastante desgastado pelo uso e seu arco e flechas inutilizado. Foi perguntado pelos anciões por que não utilizou o arco, nem mesmo para a caçada e então respondeu: “gosto de olhar nos olhos do meu adversário, sentir sua respiração e que ele veja, em meu rosto, os olhos daquele que o matou com a dignidade da lâmina do meu machado. ”
Os anos passaram e Donovan tornou-se um valoroso e respeitado guerreiro dos Tolk. Até que um dia, Donovan acordou no meio da noite com o grito desesperado das famílias de sua tribo: estavam sendo atacados. Saiu para a batalha armado com seu fiel machado, seu pai, irmãos e irmãs, assim como com os outros guerreiros da tribo. Enfrentaram um grande grupo de mercenários e saqueadores e mesmo com baixas, estavam conseguindo vencer a batalha. Então uma luz Roxa e Vermelha iluminou a colina oeste da tribo, num tom sinistro e tenebroso no meio da noite. Donovan viu surgir ali um homem que, ao levantar seu cajado e fazer movimentos rápidos no ar, faziam surgir seres monstruosos, grandes, fortes, horrendos, verdes, presas protuberantes, empunhando armas grosseiras porém devastadoras, com armaduras negras: eram os Orcs. Os guerreiros Tolk se reagrupavam sem medo para enfrentar a horda que descia rápida e ferozmente a colina e após primeiro choque entre os combatentes, foram surpreendidos pelas mãos dos inimigos que haviam acabado de matar, segurando seus pés e pernas, impedindo-os de se movimentarem e assim, se tornando alvos fáceis para os Orcs. O homem que havia invocado os Orcs assistia tudo do alto da colina e, apesar de estar envolto nas trevas e neblina daquela noite sangrenta, podia-se perceber um sorriso sádico em seu rosto. Então ele ordenou que não fossem matados todos: ele precisaria de escravos. Mas já era tarde demais: Donovan olhava para o lado e via sua família morta: pai, mãe, irmãos, mulher e filho. Seus compatriotas estavam todos mortos e aqueles que ainda resistiam com vida, agora estavam como ele: sendo acorrentados e amordaçados. Sua terra estava completamente dizimada e destruída. Já preso ao chão, viu pela última vez seu povo e recebeu um forte golpe na nuca e apagou.
Quando acordou, estava ao lado de dezenas de outros homens num porão de um navio, acorrentado aos remos. Estava em uma das últimas fileiras e a frente, um grande Orc batia ininterruptamente um tambor, ditando o ritmo das remadas, enquanto outro Orc com um chicote, açoitava os escravos que não remavam, sendo este o motivo pelo qual acordou. Lembrava-se vagamente de algumas coisas de sua vida naquele momento. Mas a dor de perder seu povo pelas mãos dos Orcs e daquele homem jamais seria esquecido. Donovan viu sua capa de urso sendo usada pelo Orc timoneiro e jurou a si mesmo toma-la de volta.
Depois de alguns meses de escravidão, Donovan tornara-se mais forte, resistente e cada vez mais sedento de uma cólera que o fazia sobreviver cada dia que se passava para que pudesse encontrar seu objetivo: olhar nos olhos daquele homem que matara todo seu povo e fazê-lo sangrar sob a lâmina de seu machado. Seus pensamentos diários foram interrompidos com um grande baque: o navio que estava havia batido numa grande rocha e estava afundando. Donovan incitou seus companheiros de escravidão e logo se libertaram e avançando bravamente, mataram o capataz e o timoneiro. Donovan tomou de volta sua capa e sabia que a primeira parte de sua saga estava cumprida. O navio afundou rapidamente e poucos conseguiram sobreviver ao naufrágio. Donovan chegou a uma praia praticamente desacordado, onde foi ajudado por pescadores.
Continuaria a viver ali ainda por alguns meses, até conseguir dinheiro, armas e informação suficiente para ir atrás do seu objetivo principal: Matar o Mago da Noite Sangrenta.
Donovan tornou-se então um nômade: uma pessoa que não tem lar fixo e vive um dia de cada vez. Hoje um guerreiro poderoso e experiente, tem consigo seu machado e espada como uma extensão de seus braços e sua inseparável capa de urso. Buscou nas artes arcanas uma forma de aumentar seu poder para quando encontrar o Mago da Noite Sangrenta, dar a ele o fim digno daquele que matou os Tolks: uma morte dolorosa, sangrenta e impiedosa.
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