Belchior canta Drummond

||||| AS VÁRIAS CARAS DE DRUMMOND

31 poemas de Drummond musicados pelas mãos talentosas de Belchior

Por Revista Prosa Verso e Arte - Cultura e sociedade |||||

Poesia e música mescladas com desenhos e pinturas que Belchior fez para o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, na década de 1980. Um ano antes de dar início à série de desaparecimentos que marcaram os últimos anos de sua trajetória, o compositor e cantor Belchior concretizou um de seus projetos mais ambiciosos. Lançado em 2004, é fruto do empenho do músico em criar melodias para nada menos do que 31 poemas de Carlos Drummond de Andrade, em que se misturam obras conhecidas, casos de “Sentimental” e “No Banco de Jardim”, com outras menos propagadas, como “Liquidação” e “Lanterna Mágica”.

||||| Belchior também desenhou as 31 gravuras com o rosto do poeta mineiro.

||||| A apresentação do projeto dizia o seguinte:

Apresentação

"Em entrevista concedida ao Jornal do Brasil em julho de 1987, um Carlos Drummond de Andrade abatido e desesperançoso declarou acreditar que seria esquecido tão logo nos deixasse. Dezessete dias depois ele nos deixou. Mas, ao que tudo indica, não foi esquecido. No ano em que Drummond completaria 101 anos, a Editora CARAS, em parceria com o cantor e compositor Belchior, prova que a amarga profecia de sua última entrevista estava totalmente equivocada. O fruto dessa parceria está materializado neste As Várias CARAS de Drummond. Uma Edição Especial formada por um livro e dois CDs. No livro, 31 retratos e 31 poemas de Drummond dividem harmoniosamente as páginas. Nos CDs, os poemas se tornam musícas pelas mãos talentosas de Belchior. Aliás, canções e retratos são do cantor e compositor cearense. à maneira prosaica do maior poeta brasileiro do século XX e, para muitos, de todos os tempos, o número 31 refere-se singelamente ao dia de seu aniversário: 31 de outubro. Com As Várias CARAS de Drummond, CARAS traz para essa festa de 70 anos um nome que simboliza o que há de melhor na cultura brasileira. Aliás, um não, dois nomes: o de Belchior também, aquele que concebeu artisticamente esta obra fantástica que você tem agora em suas mãos".

Uma edição especial formada por um livro e dois CDs. No livro, 31 retratos e 31 poemas de Drummond dividem harmoniosamente as páginas publicados pelo Selo Cameratti, junto com a revista “Caras”, em novembro de 2004.

“O compositor cearense
dizia ter mais compromisso
com as palavras do que com a música”

– Carlos Machado (jornalista, poeta e editor do Alguma Poesia)

||||| Belchior |||||

"Sem dúvida, a face mais conhecida é a do compositor de letras doces porém contundentes; e o intérprete de estilo inconfundível de sucessos como Velha Roupa Colorida, A Palo Seco, Apenas Um Rapaz Latino-Americano, Como Nossos Pais, Paralelas e A Divina Comédia Humana. Mas o cearense Belchior também é uma grata surpresa quando demonstra outros talentos com os quais se sai igualmente bem, como a pintura, a caricatura e a caligrafia. Ambas as fases desse artista único estão presentes nesta homenagem ao maior poeta brasileiro em As Várias CARAS de Drummond. Aliás, o trabalho de eternizar Carlos Drummond de Andrade através de desenhos, ao mesmo tempo em que transforma seus poemas em música, vendo sendo feito desde os anos 80. E a opção por Drummond, segundo Belchior, se deu pelo fato deste enxergar no mineiro a verdadeira representação do Modernismo no Brasil. Vale ainda ressaltar algo muito interessante: boa parte do material de As Várias CARAS de Drummond teve a oportunidade, e o privilégio, de ter sido visto, ouvido e elogiado pelo próprio poeta. Belchior é isso. Um artista completo, inclusive no que se refere a levar ao público de seu país mais e melhores informações, a respeito de tudo que possa fazer diferença para corações e mentes. Sem Belchior, As Várias CARAS de Drummond não nasceria, não cresceria, não ganharia corpo e não chegaria até você".

Esbanjando uma bela mistura de ritmos brasileiros em meio a toda a lírica dos poemas de Drummond, Belchior foi capaz de transformar em canção até o famoso (e curtíssimo) poema Cota Zero:

Stop.

A vida parou

ou foi o automóvel?

||||| Drummond |||||

Possui 2 CDS com pranchas completas medindo 29 x 33 cm.

Belchior – “Todas as caras de Drummond” (Gravuras de Drummond por Belchior)

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Copyright Editora CARAS S.A. - São Paulo, 2003 - 1ª edição: Janeiro de 2004 - ISBN: 85.7521-194-3 - Divisão Eventos Multimídia e Projetos Especiais: Luis Fernando Maluf (Gerente), Fábio Caricchiolli, Antônio Henrique, Andrea Liguari, Tathiana Foz; Caricaturas, Composição e Interpretação Musical: Belchior; Consultoria e Catalogação: Camila Belchior; Projeto Gráfico: Gustavo Henrique Mendes; Texto: Artur Lair Reco Ferreira; Impressão e Acabamento: Este livro foi impresso pela Gráfica Brasilforno Ed. e Ind. Gráfica. Todos os direitos para o Brasil reservados à Editora CARAS S.A. Av Engenheiro Luiz Carlso Berrino, 1.253, 12º andar, Tel.: (11) 5508-2000, CEP. 04571-010, Sâo Paulo, SP. Brasil.

||||| 1 ||||| Sentimental

||||| 2 ||||| Lagoa

||||| 3 ||||| Concerto

||||| 4 ||||| Cota Zero

||||| 5 ||||| Liquidação

Os 340 versos da estrofe única de A mesa, de Carlos Drummond de Andrade, contam a vida familiar do poeta mineiro. Os 19 painéis que a artista Yara Tupynambá criou inspirados nessa poesia conferem cor e corpo às palavras de Drummond. Unidas, literatura e artes plásticas.
Publicado como livro em 1951, o poema foi escrito em memória ao pai do autor, que completaria então 90 anos. A festa narrada no poema reúne o clã familiar. Todos estão lá: pai, mãe, irmãos, tios, amigos, primos e seus antepassados. Entre torresmo, farofa e cachaça, os 14 filhos de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade se reúnem em torno do móvel de madeira mais de lei que qualquer lei da república.
Criadas entre 1981 e 1987 em carvão sobre papel preparado e colado no eucatex, cada obra mede 1,5 x 1,0m. De posse de fotografias antigas do autor, Yara produziu 19 grandes quadros que, juntos, dão forma a um painel que personifica a ficção drummondiana.