Xenágoras Brasil's profile

Quilombolas - domus ancestral

O lugar que habitamos é muito anterior a nós mesmos. Há uma ancestralidade a ser descoberta e valorizada. Precisamos conhecer sua história.
Não podemos, mais, reduzir a diversidade cultural a apenas uma perspectiva paradigmática. O que conhecemos dos saberes outros, de outros?
A diferença, estigmatizada com o propósito de justificar vantagens injustas ou abusos de poder, sejam eles de natureza econômica, política, cultural ou psicológica, é crime.
E, ainda hoje, há um tipo de crescimento que é utilizado como frágil argumento para justificar deslocamentos forçados, discriminação social e desprestígio cultural.
Onde situam-se os marcos temporais do que afirmamos?
O que seria mais antigo que a antiguidade grega, considerada clássica?
Quem habitava o centro do país quando sua capital, litorânea e alheia, o desconhecia?
Que discurso colonial ainda obscurece nossos estudos e parcos conhecimentos acerca de Reinos e Impérios ancestrais?
Há que se reconfigurar imagens reduzidas da África no Brasil, construídas para legitimar opressões, desrespeito e violação de direitos.
Afinal, queremos saber quais são os alicerces sobre os quais construímos nossa morada.
_
Cuidar da casa comum é o desafio. Partilhamos o lugar em que vivemos. Somos, portanto, solidários na responsabilidade coletiva de salvaguardar nossa morada. Diante de ameças que violam nossos direitos, precisamos agir.
Raras conjunções nos aproximam. Laços de ternura nos colocam junto com aqueles que sofrem injustiças. zelar por essa casa de habitação exige um cuidado preferencial com os mais vulneráveis. 
Respeito e amor mútuos parece ser a senha. Precisamos encontrar um estilo de vida que nos permita habitar a mesma casa em partilha. Lugares únicos nos guardam.
Bernardina Leal
Quilombolas - domus ancestral
Published:

Quilombolas - domus ancestral

Published: