Durante cinco dias inserida na Zona Portuária de Santos, fiquei paralisada perante aquela superfície subjetiva, uma identidade que se estrutura num panorama histórico, arquitetônico e comportamental.

Naquelas ruas procurava entender como compor e re-compor aquelas imagens de mundo, onde inserir meu processo ao consumir aquela produção de paisagem, uma superfície com tamanha densidade de sons, texturas e cenas do cotidiano que mal conseguia "deligar" na hora do descanso.

É o permear de estímulos imagéticos e sons permanentes de trilhos sendo redirecionados - o peso das carretas naqueles ladrilhos, contêineres sendo içados rumo a guindastes a la Jeff Wall.

Não seria espontâneo se todo aquele acervo não me conectasse. Dava para sentir a presença massiva da comunicação visual frente àquele movimento de produção. A vibração foi tão harmoniosa que entendi de forma particular/consciente o partido das coisas - aquilo que me move e  afirma diante minha referência de vida.



Santos
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