A sociedade contemporânea se move, a cada replicação de unidade de informação, para a consolidação de uma cultural global. Em um contexto de continuada quebra de barreiras - entre o físico e digital, biológico e projetado, ou, ainda, algo totalmente novo que não se enquadre em nenhuma dessas categorias - qual seria o espaço próprio dessa cultura?

Em um mundo colapsado pela pandemia global da Covid-19, fica evidente a ânsia pelo convívio social inerente à natureza humana, as possibilidades que a tecnologia coloca para construir essas pontes mostra também que o futuro já estava a caminho, e foi acelerado por esse processo de ruptura. O projeto que se apresenta se coloca em um cenário de superação da pandemia, as lições aprendidas de novas formas de se conectar a partir da tecnologia se assomam às possibilidade de desenho e fabricação digital, além de experiências que abracem o físico e o digital para a consolidação de algo novo.
Mais do que algo a ser superado, o espaço físico coletivo precisa ser celebrado pela sua capacidade de conectar os diversos. É intrínseco da cidade ser esse laboratório da vida social, um sistema aberto em movimento constante e, assim sendo, a própria experiência de cidade há de ser responsiva/representativa dos seus ocupantes. O parklet se apresenta como um caminho de prototipar essas ideias por ser de pequena escala, efêmero e de rápida implantação.

O Parklet Arena surge a partir de duas cenas presentes nos espaços públicos do nordeste brasileiro: a primeira e mais tradicional diz respeito aos espaços de jogos - sobretudo dominó - ocupados por pessoas mais velhas. O segundo é uma cena que se assemelha aos tempos da chegada da fotografia e outras inovações ao país: nos lugares mais movimentados, um indivíduo porta um aparelho celular acoplado a um óculos que o transforma em um visor de realidade visual, logo a platéia se forma ao redor para assistir e garantir seu lugar na experiência. De tempos diversos, o que há em comum é a afirmação do jogo enquanto ferramenta de socialização. O projeto aqui apresentado parte da crença que o espaço público, enquanto pele viva da cidade, há de repercutir e estimular seus transeuntes, não podendo, portanto, ser passivo e analógico vez que seus ocupantes não o são. A consolidação da prática dos jogos virtuais e a possibilidade de integração em plataformas cyberfísicas foram a força motriz desse projeto.

Esse equipamento, concebido na escala local, de bairro, pode se conectar a outros, físicos e/ou digitais, tecendo uma rede global/local. Os dados captados em tempo real pelo Parklet Arena serão capazes de atualizar seu gêmeo digital. O Parklet Arena foi projetado se valendo de ferramentas de design paramétrico e computacional - mais espcificamente da ferramenta Grasshopper - para que possa ser um desenho em aberto que se adeque melhor a cada implantação.

Parklet Arena
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