Uma postura negativista mas não derrotista, um Reitor otimista. Uma frase: “Nós vamos conseguir, porque a nossa vontade é antiga, porque a nossa força é imensa”. As propostas de orçamento que a universidade apresentou para 2014 “não respeitam as orientações do Governo”. O dogma já é conhecido: os tempos são de crise. Para o Reitor a tentativa do Governo de “impedir as universidades de aumentar as receitas próprias” e de usar de forma livre essas mesmas receitas é insensato. Pondo de parte os números, umas das maiores dificuldades que a universidade portuguesa atravessa atualmente é a baixa de candidatos, refletindo alguns dos problemas da sociedade contemporânea: crise, “medo” do desemprego jovem, descrédito do ensino superior, custos, falta de apoios sociais. Ricardo Morgado, que mostrou desde logo as suas inúmeras preocupações. As questões levantadas foram muitas: menos jovens no ensino superior, a possibilidade de uma geração menos formada, falta de perspetivas. Mas, de toda a intervenção, houve uma questão que sobressaiu e nos ficou na memória: “Se a bolsa de estudo é um direito do estudante, porque é que um estudante candidato a bolsa de estudo fica automaticamente excluído do direito a bolsa se alguém no seu agregado familiar, que não o estudante, tiver uma qualquer dívida?”. Mas nem só de crise é feita a história. A Universidade e a Cidade de Coimbra estão de parabéns. A Universidade é hoje património da Humanidade. O reconhecimento (material e imaterial) da UNESCO chegou no passado dia 22 de junho. De agora em diante é necessário tirar partido disso. Segundo o Reitor temos de ter em conta quatro grandes objetivos: cuidar do património físico, aproveitar o turismo (enquanto fonte de receitas), aproveitar a condição da UC enquanto universidade de referência de Língua Portuguesa e, por fim, tentar atrair os melhores estudantes e professores e os projetos mais desafiantes. A hora é difícil mas a vontade de lutar é muita, tal como diz o Reitor, João Gabriel Silva, “os tempos estão difíceis, mas sei que não vamos fraquejar”.
Discursando
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Artigo de Opinião sobre a abertura solene das aulas. Coimbra, 2013.

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