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Materiais escolares: uma lição de educação financeira?

Saiba como a compra de materiais escolares pode ser uma lição de educação financeira

Janeiro chegou, e com ele sempre aparece também a lista de materiais escolares para o ano letivo que vai se iniciar. Assim como os gastos com atividades nas férias, esses materiais também entram no orçamento que precisa ser planejado pelos pais.

Levar as crianças às compras de material escolar pode ser uma ótima oportunidade para trabalhar com elas muitas lições sobre educação financeira.

Quer saber como fazer isso? Vem, que a gente te explica neste artigo.

Como iniciar a educação financeira por meio da compra de materiais escolares?

Antes mesmo de ir às compras, uma atividade que pode ser feita com as crianças é pesquisar lugares que tenham um melhor custo-benefício. Incluir os pequenos nesse processo de procura permite que você explique, por exemplo, que a qualidade dos produtos é mais importante que o preço.

Além disso, é importante deixar claro que há um orçamento familiar reservado para esse momento, então a regra é não ultrapassar esse limite, a fim de que seja possível ter uma reserva para emergências e economizar para a realização de outras atividades também, como passeios e viagens.

Isso vai diminuir a ansiedade na hora das compras e ainda vai fazer a sua família poupar bastante!

Afinal, crianças sabem o que é dinheiro?

É muito comum que alguns adultos não levem em consideração a capacidade das crianças de entenderem certos assuntos. Um desses temas se refere justamente às noções financeiras: o que é o dinheiro, como ele deve ser usado e o que se faz para ganhá-lo.

É necessário explicar para os filhos que tudo tem um custo, mas que, com organização e planejamento, é possível alcançar os objetivos.

Reforce com eles a ideia de que dinheiro não é algo trivial, pelo contrário: ganhá-lo requer muita dedicação. Incluí-las nesse assunto de forma simples e rotineira contribui para essa assimilação, e, nesse sentido, as compras de materiais podem se tornar parte de uma lição bem importante.

Antes das compras, explique o que é consumismo

Uma coisa é certa: o exemplo inspira. Se o intuito é criar adultos conscientes sobre o dinheiro, precisamos ser espelho para essas crianças desde o início.

O consumismo pode ser evitado da seguinte forma: reúna os pequenos e veja quais materiais ainda podem ser usados. Explique que, se os produtos ainda estão em bom estado ou até mesmo novos, não há necessidade de comprar outros do mesmo tipo.

Além de incluí-las nesse processo de decisão, com essa atitude, você ensina que comprar além do que precisa não é bom.

Crie um sistema de recompensas

Uma boa atividade para fazer com as crianças é recompensá-las a cada item que elas reutilizarem.
Ou seja, todo estojo, mochila, uniforme em bom estado que forem reaproveitados para o próximo ano darão o direito de escolher algo legal, como aquele brinquedo desejado há tempos ou uma tarde no parquinho, e assim por diante.

Use a abuse de sua criatividade, sempre com limite e bom senso, é lógico, a fim de extrair o principal objetivo dessa dinâmica: mostrar que é preciso e muitas vezes inevitável comprar materiais novos, sim, mas o básico é o que realmente é necessário e prioritário.

O que mais importa é que os pequenos entendam que vale a pena ter materiais de qualidade sem exageros.
Diferencie excesso de necessidade

Ainda falando sobre compras desnecessárias, o contrário também deve ficar claro: alguns materiais são imprescindíveis, por mais que tenham um valor mais elevado.

Cadernos, livros, lápis, canetas e borrachas, por exemplo, são itens básicos que muitas vezes não podem ser reaproveitados de um ano para o outro sem que isso dificulte o dia a dia das crianças na escola.

Lembre-se sempre de que há uma enorme diferença entre fazer compras mais econômicas e assertivas e deixar os filhos estudarem de forma precária.

O que realmente faz sentido na lista de materiais?

Depois de todas essas dicas, chegamos à seguinte questão: o que de fato é fundamental comprar para um novo ano letivo?

Veja uma lista de alguns itens que não podem faltar:

Lápis
Apontador
Caneta
Borracha
Caderno
Livros
Cola
Tesoura
Régua

Os demais itens, como o estojo e a mochila, serão comprados caso não estejam em bom estado. Fazendo isso, ficará claro para os pequenos que o básico é o suficiente para ter uma boa educação, com produtos de qualidade.
E como lidar quando as crianças não entendem o porquê de não receberem o que estão pedindo?

Às vezes subestimamos a capacidade de entendimento das crianças. Porém, uma conversa esclarecedora, com exemplos reais, é o melhor jeito de mostrar que elas não precisam do mais caro.

Como ensinar educação financeira para seus filhos através de atividades?

É importante que as crianças saibam de onde vem o dinheiro e que não há uma fonte interminável dele. Diga para elas que você sai todos os dias para fazer o seu trabalho e que recebe certa quantia por isso.

Mostre que, ao receber o seu salário (ou, ainda, o seu pró-labore e os seus dividendos, por exemplo), o primeiro passo é separar o dinheiro das contas da casa e das demais obrigações para depois pensar em outros gastos.
Se for o caso, prepare um dia para fazer uma pequena apresentação que os faça entender que tudo tem um custo.
Leve as crianças para fazerem compras.

Outro passo importante é explicar como se usa o dinheiro. Uma forma prática de fazer isso é levar as crianças ao supermercado e dar uma nota de vinte reais para cada uma. Mostre que com aquele valor é possível comprar alguns itens, e outros, não.

A ideia é ensinar que nem tudo pode ser comprado de imediato, que algumas coisas requerem mais planejamento financeiro. Ou seja, em alguns momentos, será preciso economizar e fazer escolhas que nem sempre serão fáceis.
Você pode fazer os pequenos visualizarem isso com mais facilidade pedindo para eles escolherem entre duas opções (o brinquedo A ou o brinquedo B, por exemplo) e informando que só há dinheiro para uma delas naquele momento.

Dessa forma, eles vão entender que até mesmo para um brinquedo simples é preciso ter limites e que, se quiserem algo mais caro, será necessário juntar o valor e evitar desperdícios.

Mesada ou poupança: qual é o melhor?

A resposta é: depende. O cofrinho é uma boa iniciativa para as crianças menores, que ainda não têm noção sobre os números. Nesse caso, estipule um tempo para juntar a quantia desejada e, no final, comemore com elas, mostrando que o objetivo foi atingido com sucesso.

Já a mesada, segundo especialistas, deve ser dada a partir dos 6 ou 7 anos de idade, pois nessa idade a criança já tem alguma familiaridade com as operações matemáticas e vai usufruir mais dos aprendizados sobre finanças que essa estratégia oferece.

Indica-se que, se ela não receber outros valores dos familiares durante a semana, por exemplo, a quantia adequada giraria em torno de R$ 2,00 a R$ 3,00 a cada 15 dias.

O importante é ressaltar o valor do dinheiro e a importância dele sem jamais colocá-lo acima de valores, como ética, respeito, entre outros.

Como a educação financeira se reflete na compra dos materiais escolares?

É simples! Quando ensinamos para nossas crianças desde o início que todas as grandes compras precisam ser planejadas, esse momento se torna mais prazeroso e menos complicado.

Além disso, toda a preparação para as compras se torna uma grande lição e confirma que a educação financeira está funcionando para todo mundo, tornando-se uma lembrança afetiva compartilhada e muito positiva.
Agora, gostaríamos de saber de vocês: como está o planejamento financeiro da sua família? As crianças já entendem a importância desse assunto? Conte para nós!

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Até a próxima!
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