A estrutura de um corpo assemelha-se a um esqueleto de ummonumento. Depois da destruição, vem a reconstrução. Ela é a cidade, é toda umametrópole ligada por caminhos ambíguos, uma capital de sentimentos. Após oterramoto, o que resta? A reinvenção dentro de toda uma Lisboa desnudada. Com amemória inundada de factos, a evacuação, por sua vez tarefa árdua, está amilhas de se efectuar, por muito anos que viva, está continuará intacta. Ummonopólio mental cria-se através de cheiros, de sons… de cinzas. A carne aindapouco cicatrizada contorna-lhe os ossos, como o betão tapa os alicerces deconstrução. Mas o tremor vaiado de cinza continua a girar sobre ela em forma deespiral. Um dia recuperará? Não, enquanto viver, o horror personificadopermanecerá no canto mais escuro da sua mente. 
Cidade despida
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Cidade despida

Projecto fotográfico analógico.

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