Miguel Patrão's profile

Frio invernal e Orelha Negra

O frio parecia ameaçar a segunda noite da Latada. Apesar de demorarem, os estudantes apareceram e renderam-se ao conjunto de Lisboa. Uma mistura de hip-hop, funk, e soul foram a receita para uma noite de emoções no Parque da Canção. Por Miguel Patrão Silva e João Valadão Fotos por Joana Figueira e Daniel Alves da Silva (http://festadaslatas12acabra.wordpress.com/2012/10/13/frio-invernal-e-orelha-negra/)
 
 
 
Ao toque da torre universitária, os Orelha Negra deram início à segunda noite da Festa das Latas. Batiam as zeros horas e eram ainda poucos o que se encontravam no Parque da Canção. Numa noite em que se começou a sentir o frio invernal, o quinteto luso-brasileiro rapidamente aqueceu o ambiente. “O Segredo” acolheu os estudantes que atravessavam a ponte de Santa Clara, vindos dos mais diversos jantares e convívios. O público, apesar de reduzido, demonstrava uma elevada energia, dançando ao som de “Throwback”.
Passada meia hora, um dos mais conhecidos temas “M.I.R.I.A.M” provocou o entusiasmo dos jovens, que começaram a compor o recinto. Da calma inicial, rapidamente, se passou para o tão conhecido ambiente energético da Coimbra dos estudantes. Com uma cadência mais melancólica, “Since You’ve Been Gone”, com o sample vocal de Orlando Santos,demonstrou a variedade de estilos da banda. Discretamente, o baixista, Francisco Rebelo, guiava o ritmo enquanto desfrutava de um cigarro.
Mostrando a sua mestria na arte do “scratch”, o DJ Cruzfader conquistava o apreço dos fãs a partir da sua mesa de mistura. Num concerto em que não houve tempo para pausas, “Poladroid” manteve os estudantes atentos ao palco principal. A euforia da multidão revelou-se com “B.I.A.N.C.A”, com Sam The Kid a fazer pular os presentes, numa das poucas interações diretas com o público.
Completada uma hora, o concerto chegou ao fim. O público mostrou-se agradado, como afirma Paulo Marques, trabalhador: “já conhecia a banda e gostei”. Ainda assim, achou “o papel da banda ingrato, porque só abriram isto”.
Em conferência de imprensa, a banda realçou que “cada concerto é uma oportunidade para mostrar a nossa música a quem não nos conhece”. Questionados sobre a fraca interação com o público, Sam The Kid observa que “é um desafio ser uma banda instrumental” e que não sente “a necessidade de ter um vocalista”. Os Orelha Negra aproveitaram também para criticar a atual importância que se dá à cultura e à música, dizendo que “hoje as coisas são muito diferentes do que no passado”. Sam The Kid reconhece que a música está em graves dificuldades há algum tempo, algo que não mereceu a devida importância por parte da população. Em jeito de brincadeira o rapper comenta que “o pastel de nata agora também está mal, o que faz que estejamos todos unidos”, em alusão à união dos portugueses na crise.
Despedindo-se da cidade do conhecimento, a banda solta um relaxado “Coimbra, ‘tass’ bem!”.
Frio invernal e Orelha Negra
Published:

Frio invernal e Orelha Negra

Cobertura Festa das Latas 2012

Published: