Berliner Mauer, a barreira física entre Alemanha Oriental e Ocidental. Construída durante a Guerra Fria, era o símbolo de divisão entre a República Federal Alemã e a República Democrática Alemã – divisão entre capitalismo e socialismo do país. 
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, as três grandes potenciais estabeleceram-se e procederam à divisão em quatro zonas de ocupação: Norte Americana, Francesa, Inglesa e Soviética, incluindo a capital, Berlim, em quatro sectores administrados pelos comandantes militares das respectivas ocupantes, retirando assim o estatuto especial que Berlim tinha anteriormente. Com o fim da Segunda Guerra Mundial,

a divisão da Alemanha e a divisão do mundo tem a forma de dois blocos: os países capitalistas e os países Socialistas entram numa Guerra Fria. 
Este clima de tensão entre os aliados e vencedores da Guerra é já bem percetível nas negociações dos diversos tratados de paz. A rutura declara se abertamente quando o presidente Truman apresentou no congresso dos EUA a chamada “ Doutrina Truman”, que assume claramente o fim do tradicional isolacionismo estado-unidense proclama que a prioridade da política externa norte-americana é conter o comunismo soviético dentro dos limites acordados nos tratados da pós-guerra. A estratégia de Truman concretizou-se no plano Marshall e na organização de um sistema de alianças militares liderado pelos EUA. O plano de reconstrução Europeia mais conhecido por Plano Marshall constituiu basicamente uma forma de concretização do objectivo de contenção do comunismo.
URSS vê esta manobra dos Estados Unidos para imporem a sua hegemonia e rejeita. A reação do leste expressa se no relatório de Jdanov, conhecido por doutrina Jdanov.
A assunção da rutura política e ideologia pelos dois dos campos constitui o ponto de partida de que veio dominar-se guerra fria. Em Março de 1946 Winston Churchill denunciou a situação ao afirmar num célebre discurso que uma cortina de ferro se abatia sobre a Europa, dividindo em duas: Europa Ocidental, que se reerguia sob a assistência Americana, e a Europa de Leste, submetida à orientação Soviética Estalinista.
Lançada a guerra-fria entre os dois blocos, surge o aparecimento do muro de Berlim.

 

   66,5 km de metal eletrificado, torres de observação, cães de guarda, o muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental, sob a temível ordem 101, ou Schieβbefehl – ordem para matar quem se atrevesse a escapar. 
A cortina de ferro representava a divisão, física e social entre os dois mundos. Famílias foram separadas da noite para o dia, e um desfasamento enorme cresceu com esta fragmentação. 
No entanto, os anos 80 deram lugar ao desmoronamento iminente da URSS. Mikhail Gorbatchev tentou evitar o colapso do regime comunista, ao procurar um entendimento com os EUA, diminuir as perseguições e modernizando o arcaico setor económico. No entanto, as medidas tomadas por Mikhail não impediram o declínio da União Soviética, em 1991. A falência económica, o desmoronamento dos fundamentos ideológicos e a proclamação da independência das repúblicas que integravam a URSS foram os fatores principais que levaram à implosão da mesma. Assim, neste mesmo ano, Gorbatchev demite-se das suas funções, declara a dissolução da URSS. 
O regime da Alemanha de Leste colapsou anteriormente com a demissão de Eric Honecker em 1989. As manifestações que se sucederam culminaram com a queda do muro de Berlim. Durante o Verão de 1989, os fluxos migratórios entre as duas Alemanhas eram tão densos que se tornou impossível o controlo dos mesmos, de tal modo que a 9 de Novembro, deu-se a autorização da livre circulação entre as duas partes de Berlim, e como consequência, a destruição do Muro. 
Nesta noite, alemães dos dois lados empurraram o cimento com as suas próprias mãos, subiram o muro, dançaram sobre ele, abraçaram-se com rejúbilo.

 

 

Este momento histórico simbolizou muito mais do que o desmoronamento de uma parede: era o fim da Guerra Fria, a queda dos regimes comunistas e de toda uma tensão mundial.