Segundo o Site Brasil Escola: "Obsolescência Programada, também chamada de obsolescência planejada, é quando um produto lançado no mercado se torna inutilizável ou obsoleto em um período de tempo relativamente curto de forma proposital, ou seja, quando empresas lançam mercadorias para que sejam rapidamente descartadas e estimulam o consumidor a comprar novamente."

De acordo com esse conceito, imaginou-se um tipo de papel higiênico, que é um produto descartável por essência, servindo como metáfora para uma linha de celulares, que é um outro tipo de produto que supostamente é pra ser mais duradouro. Esses celulares estão em linha, como um rolo de papel com partes para picotar e separar os objetos. Para esse rascunho, imaginei a transição de forma entre um objeto (o papel higiênico) e outro (o celular), lembrando das ilustrações de Escher, que fazem uma graduação da forma com visuais incríveis e instigantes.

Alguns amigos apontaram que a proposta era simples e direta, além de atender os propósitos que tínhamos com essa mensagem, mas que deveria ser acrescentado algum tipo de lixo no chão, pra indicar o descarte dos celulares e o acúmulo que isso ia gerar. 

Segundo eles, não ter isso passava uma ideia mais confusa do conceito.

Durante a produção do cartaz, foram desenvolvidas duas propostas com estilos de arte diferentes baseadas no protótipo dos “celulares de papel” para que o grupo pudesse comparar e desenvolver uma melhor representação visual do conceito pretendido. Uma das propostas é focada numa atmosfera mais sombria e abstrata, buscando representar o conceito discutido com foco direto. A segunda busca trabalhar o mesmo conceito, porém com um traço mais cartunesco e colorido.

Em ambos os cartazes, uma ideia que foi introduzida aqui foi a graduação de cores nas telas dos celulares do verde (saúde da bateria, qualidade satisfatória) para o vermelho (produto desgastado, insatisfatório) indicando a progressão do nível de insatisfação do usuário com os aparelhos eletrônicos e também um dos motivos que levam ao descarte.

Eventualmente, durante discussões, ambas as propostas foram evoluindo lentamente e incorporando detalhes uma da outra, como por exemplo, o tom sombrio da proposta 1 acabou sendo adaptado como sombras mais pesadas na proposta 2. A proposta 1 acabou incorporando posteriormente a ideia da progressão do nível de baterias que vai decaindo conforme a corrente de celulares desce em direção ao chão, representando o desgaste e eventual inutilização do produto.

Um detalhe que aparece na parte inferior do cartaz são as plantas e a parede degradada que fazem parte de um novo símbolo. A ideia era revelar um tipo de evolução de celulares, mas que eventualmente cai na degradação do aparelho, e o mesmo é descartado e retorna para a natureza e a afeta negativamente