Projetando a cultura
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 — a “Democratização do acesso ao cinema no Brasil” — trouxe à tona o debate sobre a lacuna entre a população e o cinema. Em Porto Alegre, na esquina da Rua Demétrio Ribeiro com a Avenida Borges de Medeiros, a Cinemateca Capitólio representa uma ponte entre o público e a cultura. Através de projetos que levam alunos e professores para a sala de cinema, ingressos acessíveis e a realização de debates com a presença de cineastas, a cinemateca contribui para a democratização da produção audiovisual.
O prédio que abriga a Cinemateca Capitólio foi construído em 1928, já funcionando como um dos maiores cinemas da cidade, e é Patrimônio Histórico do Município de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. O edifício foi restaurado entre 2004 e 2006, com recursos da Fundação Cinema RS (Fundacine RS) e patrocínio da Petrobras.
Foto: Bettina Gehm
Gerida através da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre em conjunto com a Fundação Cinema RS, a Cinemateca Capitólio conta ainda com um Conselho Consultivo, que direciona e orienta as ações e atividades da instituição.
Foto: Júlia Diefenbach
Em cartaz, clássicos do cinema dividem espaço com o audiovisual alternativo na Cinemateca.
Foto: Pâmela Maidana
Alunos da rede pública aguardam o início do filme “O Mar de Teresa”. A exibição gratuita de filmes acontece através da Mostra Cine Inovação, que se estende até 31/12 na Cinemateca Capitólio, e é promovida pelo Pacto Alegre. O projeto é voltado para as escolas públicas e privadas de Porto Alegre, em nível Fundamental e Médio.
Foto: Pâmela Maidana
Maria Angélica dos Santos trabalha na Cinemateca Capitólio como coordenadora do Programa de Alfabetização Audiovisual, que tem como objetivo ampliar o acesso da população ao cinema. “A experiência da sala escura, da tela grande, do som de qualidade, de uma imersão tá ficando muito rara”, explica. Assim, projetos como o Cineclube Escolar e o Mais Cinema buscam conectar alunos e professores ao cinema e incentivar a reflexão sobre o que é assistido.
Foto: Bettina Gehm
Carlos é auxiliar de serviços gerais no Capitólio há um mês. Ainda não teve a oportunidade de assistir a um filme na cinemateca, mas gostaria. Seus gêneros preferidos são ação e humor.
Foto: Bettina Gehm
A Cinemateca Capitólio possui uma pequena exposição que conta com folhetos e cartazes de filmes antigos.
Foto: Pâmela Maidana
Jaime imita o cowboy típico dos filmes de faroeste que assistia no Capitólio quando jovem. Ele foi o primeiro presidente da Associação dos Amigos do Cinema Capitólio, e ainda é um ávido frequentador da cinemateca.
Foto: Pâmela Maidana
Mensalmente, alunos de escolas públicas de Porto Alegre assistem a um filme brasileiro no Capitólio. Para muitos, é a primeira vez no cinema.
Foto: Júlia Diefenbach
A cinemateca, além de fazer parte do imaginário coletivo da capital gaúcha, é um espaço de aproximação entre a cultura e o público. “O cinema aciona o gatilho do pensar”, afirma Maria Angélica dos Santos. Dessa forma, o Capitólio, através de projetos sociais, estimula o pensamento crítico entre os espectadores e torna mais estreita a relação entre cinema e educação.
Foto: Bettina Gehm
