Estação Primeira de Mangueira

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Estação Primeira de Mangueira - Rio de Janeiro no início de fevereiro, um dos melhores da vida.

Essas são as fotos que fiz na casa da maior escola de samba do Brasil. É muita felicidade poder brincar e testar cores nessas fotos que reluziram verde-rosa na minha vida.

"A verdade vos fará" e assim fez. Fui muito bem recebida por todos os corações dessa casa. A câmera pendurada no pescoço foi um convite de muita responsabilidade e afeto. Eu fiz fotos do Lucas e todas as amizades e sorrisos que estavam com eles. Algumas senhoras e senhores mais velhos também pediram pacientemente foto comigo (desculpa a demora gente, tive problema com meu HD e com a minha vida).

Muito samba, muito pulo e rebuliço de pés e o samba-enredo daquele ano na ponta da língua de gente de todo Brasil. E sim, muito samba-enredo inesquecíveis e atemporais sendo relembrados pela bateria da Mangueira.

Eu lembro de estar trocando a bateria da câmera e de repente aquela cortina verde e rosa se abrir. Surgiu atrás das cortinas parte da bateria da escola. Meu pai, que aceleração no coração aquilo me deu, eu nunca nem tinha visto algo assim. O que antes era uma fenda tímida, onde aparecia vez ou outra a cabeça de uma criança curiosa lá em cima, se abriu. Eu só conseguia reparar nos tamborins e chocalhos compassando.

Aquilo me puxou cada vez mais pra perto do palco e para a minha surpresa naquele dia eu entrei no camarote da Evellyn Bastos. Rainha. Eu ri tanto com as pessoas. Cada uma a sua maneira sugerindo um jeito melhor de tirar foto.

- Sobe aqui!
- Ali na escada deve ficar massa, né?!
- Menina, tem nada não, pega aqui uma cerveja
- Quer uma entrevista com a mãe da Evellyn, eu te arranjo!

Lá embaixo eu enxerguei uma moça que tava se passando tanto que eu tive que descer de novo pra ver se olhava ela mais de perto. Completamente apaixonada. Acabei furando ali pelos cantos e antes de encontra-la, um casal me encontrou e me chamou pra ficar ali na área lateral pertinho do palco. Outra troca, outras cervejas, outros ângulos. O pai do cara era fotográfo e ele simpatizou com a minha cara por isso. Agradeci demais e volto a agradecer aqui a passação rs

Já a garota que tava se passando também reluziu os olhos dos membros da escola. Quase no fim da noite ela foi convidada a tocar na bateria. Lá ia ela subindo as escadas pra cima do palco. Até parecia que já tocava chocalho há anos, lá em Juiz de Fora, de onde ela me contou ser.

Era a primeira vez que ela tocava aquilo. Acho que a Mangueira faz isso na vida das pessoas: deposita uma experiência única na tua vida.