Gabrieli Schlickmann's profile

Fotorreportagem | Mulher de luta sim, senhor

Mulher de luta sim, senhor
Os bastidores do show Retrato Falado de Dandara Manoela
   Já são 16 horas. As portas do auditório do Sesc estão abertas para a organização do show que vai acontecer de noite. A equipe é pequena: os integrantes da banda e a família de Dandara, como Renata Schlickmann que, além de noiva, é produtora. Há quase dois anos, ela concilia a correria da vida da companheira com a sua. Na camiseta, as palavras “mulher de luta” dão significado ao nome de uma das mais músicas mais representativas do álbum.​​​​​​​
     No cenário, retratos de familiares e amigos que contribuíram para a realização do Retrato Falado. A conquista só aconteceu devido às 360 pessoas que ajudaram no financiamento coletivo do CD.  Toda a confecção dos retratos foi feita à mão e em casa.
     Um é pouco, dois é bom, três é demais... Mas não quando são irmãos e estão dispostos a ajudar. Kauê, Caio e Lucas também participam do Retrato Falado. Estão no cenário, na melodia das músicas, nos ajustes finais e na inspiração de Dandara.
     Teste… som… teste… Aumenta o volume ali, abaixa aqui. Tiago, técnico de som do Sesc, é o responsável por conferir se todos os microfones, amplificadores e caixas de som estão funcionando. “Preciso de uns 40 minutos para arrumar a iluminação”, avisa Tiago. Ele coloca um plástico colorido sobre as luzes do palco. Assim começa a última etapa de produção do cenário do show.
     Os responsáveis pela parte musical são outros. De Cabo Verde, o mais novo integrante da banda: Jeff Nefferkturu. É ele quem faz os arranjos no violão. Mais conhecidos do público, estão Mateus Romero no baixo e UBrother na percuteria.
    Imprevistos também acontecem. UBrother sai do palco e retorna com um extintor em mãos. Agora, com outra função: estabilizar a percuteria.
     Os figurinos já estão pendurados nos cabides do camarim. Em meio ao tecido escuro das camisetas, os detalhes coloridos nas mangas são a marca registrada. Amarelo, alaranjado, estampas étnicas e toda a representatividade afro-brasileira de Dandara.
    “Encontros são feitos de vento então fique atento porque pode ser sutil”. E um desses encontros, como diz sua música, aconteceu no Dia da Consciência Negra. Após quatro horas de preparação, as cortinas se abrem. Os pés descalços chamam menos atenção que o coração calçado de amor. 
    Mulher, negra, lésbica, pobre e vencedora do Prêmio da Música Catarinense em 2017, como melhor cantora, e em 2018, como melhor álbum, o Retrato Falado, Dandara Manoela canta suas histórias.
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