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Ninho: Curto em ar pode ter ocorrido na falta de reparo

Peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) concluíram que o incêndio que atingiu o módulo habitacional no CT do Flamengo em fevereiro deste ano, acarretando na morte de dez atletas da base, começou por causa de um fenômeno termo-elétrico no interior do aparelho de ar-condicionado do quarto 6. A empresa fabricante WEG, relaciona como causas, a contaminação interna do motor, a falha do material isolante e superaquecimento da conexão por mau contato, o que estaria relacionado a falta de manutenção e reparo dos aparelhos.

A análise pericial apontou ainda que o setor interno do aparelho encontrado próximo ao quarto 1, apresentava danos estendidos bem como o corpo do motor e demais componentes, mas em menor proporção do que o ar-condicionado do quarto 6. Dois dias antes do incêndio, aparelhos apresentaram problemas e foram reparados.

A manutenção e reparo era de responsabilidade de Edson Colman da Silva, proprietário e administrador da empresa Colman Refrigeração, que presta serviços ao Flamengo desde 1995. Inicialmente na sede da Gávea e na casa de São Conrado, a partir de 2010, também no Ninho do Urubu.

O profissional foi indiciado pela Polícia Civil junto de mais sete pessoas, incluindo o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, o monitor Marcus Vinícius Medeiros, dois engenheiros do Fla, Marcelo Sá e Luis Felipe Pondé e três engenheiros da NHJ: Danilo da Silva Duarte, Weslley Gimenes e Fábio Hilário da Silva pelos mesmos crimes: dez homicídios com dolo eventual e 14 tentativas de assassinato. 

Ainda na tragédia, três atletas ficaram feridos e onze conseguiram escapar. No total, 24 jogadores dormiam nos contêineres que pegaram fogo.

Em julho, o Ministério Público devolveu o inquérito à Polícia Civil com prazo de 45 dias para aprofundar a investigação. O MP pede a realização de quatro diligências.

1. Depoimentos de Lucia Helena Pereira Damasceno de Lima, gerente da 5ª Gerência de Licenciamento e Fiscalização da Prefeitura do Rio, em razão da informação de que os dirigentes do Flamengo não cumpriram o auto de interdição do local;
2.  Depoimento de Fernando Anmibolete, presidente da ASPROCITEC (Associação dos Profissionais de Ciência e Tecnologia). A instituição afirma que a NHJ, empresa que construiu os contêineres que pegaram fogo não estava regularizada junto ao Conselho Regional de Engenharia;
3. Consulta ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli para esclarecer se o mobiliário do alojamento incendiado colaborou para a propagação das chamas;
4. Elaboração de Autos de exame de corpo de delito indiretos, com base em informações dos boletins de atendimento médicos das vítimas sobreviventes.
VIDEO-DOCUMENTÁRIO: O NINHO DO URUBU: DO TERRENO AO LUXO E À TRAGÉDIA
A TRAGÉDIA

Na madrugada de 08 de fevereiro, um incêndio no CT do Flamengo, o Ninho do Urubu, matou dez atletas das categorias de base do clube, que dormiam numa estrutura feita de contêineres.

Laudos apontaram que eles tinham problemas estruturais e elétricos, e que os aparelhos de ar-condicionado não recebiam manutenção adequada.
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