Auto retrato
Tommy, o homem gigante
A menina dos olhos de vidro 
Depois da morte do gato
Lady Usher
A caixa de William Blake
A menina de branco
O tunel do Oeste
Madame Amélia
O coelho pálido
Este projecto esteve em exposição na Fundação Escultor José Rodrigues - Fábrica Social, de 13 Abril a 04 de Maio 2013.
 
A fonte de inspiração não podia ter sido outra, a própria existência a as histórias que pertenceram à infância. Mise-en-scéne, assim chamei a este ensaio, é uma "declamação fotográfica" da forma mais transcendente, coesa e pura.
Fotografei paisagens, cenários, pessoas sensíveis, bairros familiares, sítios, e fotografei solicitamente os meus misteriosos protagonistas.   
Criei personagens que escondem muito mais do que aquilo que aparentam… E agora confrontando-me com esta realidade, observando as minhas personagens a interpretarem instantes, mistérios e emoções que outrora foram minhas.
E como já é habitual, permaneço ali, silenciosamente à distancia e penetrada naquele instante.  Não é minha intenção tornar este momento próximo daquilo que quero representar nas fotografias. Não quero incomodar os protagonistas com o meu silêncio enquanto os fotografo, não quero criar um vazio frustrante, mas se isso acontece, torna o momento sublime, não fosse a frustração incrivelmente emocionante, permitindo-me criar fotografias puras.
Embora estas sejam imagens encenadas, elas representam uma destreza atmosférica pouco efémera, narram histórias que dificilmente consigo expressar, não porque sejam perturbadoras, mas porque são imensamente visuais e acabam por me desorientar.
Ainda que tenha levado algum tempo, sei que não preciso de fotografar a realidade tal como ela é, mas sim fotografar o meu próprio mundo,  as minhas imaginações e realidades, utilizando os meus cenários e as minhas personagens. Pode esta mise-en-scène ser a representação da imperfeição, da ambiguidade da beleza, do uso e abuso da poeira, grão, sujidade e abandono….esta é a minha decomposição estética.
 
" Vou destruir todas as imagens onde me reconheço e passar o resto da vida assbiando ao medo" - Al Berto. O medo. Lisboa:assírio & Alvim, 5ªed.,2005, pág.317.
 
Ficaria surda com o meu assobio ao tentar destruir as imagens desta mise-en-scène.
 
Eduarda Pinto
Mise-en-scène
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Mise-en-scène

Ficaria surda com o meu assobio ao tentar destruir esta mise-en-scène.

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