Memória Descritiva
Feira dos Santos . Tradições de História e estórias que se unem
Há tradições que com o passar dos anos transformam-se em símbolos da comunidade. A História e as estórias unem-se, os amigos encontram-se e confraternizam, as famílias reencontram-se num misto de saudades e alegria, pela vontade de se juntarem aos seus conterrâneos e estarem de visita à terra que os viu crescer, amadurecer.
Em Mangualde, essa tradição chama-se “Feira dos Santos”. Festa secular, nascida em 1681, enche, anualmente, no primeiro fim de semana de Novembro, as ruas da cidade daquilo que melhor se produz na região: gastronomia que delícia, vinho do Dão, jeropiga e lícores que inebriam, “frutos” da terra que germinam do trabalho árduo, de mãos calejadas, artesanato que brota da criatividade de quem tão bem conhece as tradições da região... a lista é infindável.
Se pudéssemos imprimir ao registo fotográfico o sentido do cheiro, que nos envolvem nos ambientes das festas tipicamente tradicionais, aqui chegaria ao olfato o aroma suculento das febras que são assadas por mãos experientes; a fragância do algodão doce, que, inevitavelmente, nos conduz aos nossos melhores momentos de infância, em que ficávamos com os rosto e as mãos “coladas” pelo açúcar, mas que nos deliciava à medida que a “nuvem cor de rosa” derretia na boca; a bela da castanha assada, negra pelo carvão, embrulhada em jornal, “quentes e boas”, como convém em dias frios de Outono; e a fartura, aquele cheirinho! Quem resite?!
Animação, cultura e costumes tradicionais também não faltam: são as concertinas que passam, as bandas filarmónicas e os ranchos folclóricos a relembrar sonoridades de outros tempos, são os grupos de animação de hoje que ficam no ouvido de por quem lá passa e no corpo de quem, por lá, dá um “pézinho de dança”.
E assim é a Feira dos Santos de Mangualde, que, pela sua importância económica, tem crescido e gerado, a cada ano que passa, uma importante dinâmica para os comerciantes regionais que recebem, animadamente, as milhares de pessoas que se passeiam, demoradamente, pelas tendas dos feirantes, regateando preços, conforme manda a tradição de qualquer boa compra.
