Institucional
Cliente: Marinha do Brasil
Área:  5.760 m²
Local:  Antartida
Status: Concurso Nacional
Ano: 2013

Equipe:  Diego Viana Gomes, Juliana Meira Araujo Aguiar, Saul Kaminsky Bernfeld Oliveira, Yan Cunha, Luciano Goulart.

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Intervir em um ecossistema tão complexo e ao mesmo tempo, tão distante da realidade dos arquitetos e engenheiros de todo o mundo, faz com que o projeto da EACF seja ao mesmo tempo complexo e desafiador.

Partindo da própria paisagem tão singular da Antártica e de um programa complexo e extenso proposto para o mesmo, a proposta buscou principalmente compreender as relações já existentes do homem e da natureza. Partindo do princípio que a ideia fundamental do projeto é antes de tudo renovar a relação do Brasil com seu ambiente Antártico a proposta buscou quebrar com as tipologias existente se atendo apenas em três princípios fundamentais, estes: Respeitar as legislações pertinentes do uso do solo; Diminuir Impactos através de tecnologias e Promover a relação homem natureza.

 

Estes pontos definem o conceito empregado nas escolhas técnicas / estéticas do projeto que de maneira conceitual buscou redefinir o status atual do plano diretor adotado para a implantação da EACF. Partindo do princípio de promoção homem - natureza, deu-se início a concepção do Bloco 01 e 02 inserindo uma estrela estilizada  em forma pentagonal representando os estados brasileiros. Para este espaço foi proposto o programa referente  a área social. A área social tem função de conectar toda a base que se desenvolve pelos lados sendo destinados 03 para os volumes privativos e 02 para os volumes de serviços. O bloco 02 referente às áreas de Operação/ Manutenção se desenvolve a baixo do  bloco 01 permitindo o pleno funcionamento desta unidade autônoma.

 

 

A escolha do formato em estrela possibilita que a edificação tenha maior eficiência nos aspectos relativos à redução do consumo energético propiciando maior incidência e a absorção de luz solar, melhor conexão de espaços, permitindo rapidez no deslocamento de pessoas e materiais através das alas, rápida evacuação em caso de incêndio ou problemas na base, vistas dinâmicas do exterior possível pela inclinação das e por fim e não menos importante maior integração com a península possibilitada através de suas cinco entradas distintas, reservadas a: Pessoas, Cargas, Máquinas, Água/Resíduos e Energia.

 

O design escolhido para a base permite a edificação uma maior eficiência contra a ação do vento e do acumulo de neve, muito presente no ano inteiro e em especial  no inverno. Para isto a edificação recebeu inclinações na cobertura e foi sutilmente levantada a apenas 40 cm do solo antártico. Também optou-se em aplicar curvas nas superfícies superiores e inferiores da edificação, a fim de possibilitar maior aerodinâmica à forma.

 

Sabendo do acumulo de neve no inverno, a edificação previu no volume inferior, espaço referente ao bloco 02  janelas mais altas na altura de 1,50m do piso da base em um total de 2,25m ( 0,40+0,30+1,50m ) do solo antártico.

 

 

Embora a composição formal das edificações sejam diferentes ( Bloco 01 e Bloco 02 com formato em estrela de 5 pontas; Bloco 03 com formato de cruz e as unidades isoladas com design horizontal ) a estética do conjunto é conseguido através do uso de um revestimento comum a todas as unidades. Este revestimento é também a camada que permite as estações eficiência higrotérmica, acústica e lumínica.

No constante a geração de energia optou-se em transformar as estações em unidades mais autônomas possíveis objetivando eficiência e interdependência das unidades, assim caso uma unidade tenha problema se reduzirá o impacto nas outras unidades. O processo de geração de energia escolhido para as estações foi um misto de energia proveniente do Bio Disel e energia elétrica através de placas fotovoltaicas sobre as unidades e turbinas eólicas. O sistema será gerido pela central de Smart-Grid que buscará equilibrar a melhor fonte de energia sendo esta estocada em baterias no setor de geração. Para diminuir o impacto da emissão de carbono proveniente do Bio Disel, foi criado um sistema de filtros múltiplos para tratamento dos vapores antes da saída da base.

 

Em relação ao destino dos resíduos sólidos da base, foi proposto uma central de armazenamento e tratamento dentro da própria base. Os resíduos provenientes do esgotamento serão tratados em filtros especiais e reutilizados na própria alimentação da base.

 

Foram proposto no projeto cinco saídas de emergência buscando uma evacuação total de pessoal em caso de incêndio em no máximo 5 minutos.

 

A fim de aproveitar ao máximo o potencial da iluminação natural reduzindo os custos com iluminação artificial, foram criadas janelas com folhas triplas em todos os módulos das alas, além de uma grande cobertura central com membrana  mista de PTFE e ETFE sobre estrutura treliçada de aço carbono tubular. Esta membrana é fundamental para a redução custo energético e oferece conforto visual aos usuários da base.

 

Para a elaboração do sistema de logística levou-se em consideração os altos custos de transporte e a dificuldade de mão de obra para processos complexos na montagem e manutenção da EACF. 

Assim optou-se por um sistema modulável em dois padrões ( módulo com sanitário 42 unidades e módulo sem sanitário 81 unidades ) com tamanho padrão de 3,00m x 4,00m e H= 3,30m. 

Os módulos serão produzidos no Brasil e tem estrutura leve em aço carbono e já contem todos os equipamentos, tubulações, sistemas elétricos e acabamentos necessários.

Para a montagem foi proposto em sistema em três etapas:

01- transporte via balsa do navio para o solo antártico; 02- Içamento mecânico com trator de guindaste. 03- Disposição na estrutura principal com trator de guindaste. 

A ideia deste sistema permitirão que todos os módulos sejam montados em no máximo 30 dias, possibilitando o não comprometimento desta etapa com as outras etapas de montagem, assim enquanto uma ala estará sendo montada, outra poderá esta em fase de estrutura ou acabamento.