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Trailer "à flor da terra" :: Documentário

Vídeo-teaser do que é hoje a Quinta de Covela, em São Tomé de Covelas, Baião, na região duriense. Gerida pela dupla internacional Anthony Smith (inglês) e Marcelo Lima (brasileiro) esta Quinta renasceu, em 2011, nas encostas do Douro, depois de um período de hibernação. A “redescoberta" ergue-se como testemunho da presença multissecular da produção de vinho e a importância histórica da quinta. Trata-se de um pequeno filme introdutório para o documentário a ser lançado com o mesmo nome, realizado para a Quinta de Covela, com o intuito não só de resgatar a memória do local (através do testemunho do caseiro e feitor agrícola, António Lourenço), como parte integrante da história da região do Douro, seus personagens, no confronto entre passado-presente-futuro, como também contribuir para o registo do património duriense. A Quinta de Covela (significado de pequena cova), que se suspeita ter dado o nome à freguesia (São Tomé de Covelas), pertenceu já ao cineasta português Manoel Oliveira, homem preocupado com a memória e a cultura portuguesas. E a Quinta de Covela, com seus aquedutos, muros maciços, casas de pedra e eiras de granito é, por si, testemunho evidente da importância do património do Douro, patriarca de uma identidade vincada, tesouro mundial. Aliás, Eça de Queirós, na obra "A Cidade e as Serras" imortalizou parte desse tesouro, no início do século XX. Foi nesse livro que também fomos procurar inspiração para o Voice over inicial do filme: “Os vales fofos de verdura, os bosques quase sacros, os pomares cheirosos em flor, a frescura das águas cantantes, as ermidinhas branqueando nos altos, as rochas musgosas, o ar de uma doçura de paraíso, toda a majestade e toda a lindeza. Deixando resvalar o olhar observe os vales poderosamente cavados (...) os bandos de arvoredos, tão copados e redondos de um verde tão moço e sinta, por todo o lado, o esvoaçar leve dos pássaros.” in a Cidade e as Serras (Eça de Queirós). Nesta introdução, encontramos a descrição fiel e literária que melhor jus ao que encontramos na Quinta de Covela, como metáfora para falar da riqueza do Douro. Por isso, ao longo destes minutos, conduzimos o olhar do espectador pela paisagem dessa quinta, com movimentos de câmara mais orgânicos em steadycam e slider com o intuito de dar realismo físico à experiência de quem vê. Percorre-se horizontes líquidos e socalcos que são texturas do panorama, vinhas, ruínas e a passagem das suas estações, fonte de renovação, mas que lhe imprimem ano após ano o seu ADN esplendoroso. Ao acompanhar essa viagem audiovisual, com "beauty shots" de momentos no Douro, pretendemos despertar a curiosidade, mas também comunicar que é na raiz da tradição que a Quinta de Covela inova no Douro.
> Motivações: o cinema que o Douro é Foi, precisamente, a cinematográfica paisagem da Quinta de Covela que nos motivou a ir mais além de um simples vídeo institucional, criando esta introdução para o documentário, que funciona como elemento autónomo do filme. Depois, a preocupação dos sócios-gerentes da Quinta de Covela em preservar o passado, as tradições, restaurando as casas antigas, empenhando-se em resgatar a história em volta da quinta (os caminhos de servidão antigos, as ruínas, por exemplo), envolveu-nos numa realidade que se tornou uma causa cultural. O Douro é mágico, enche-nos de orgulho, envolve-nos. Da mesma forma, esse orgulho deve ser partilhado, expandido, comunicado, pois seu potencial de internacionalização é incontestável. Este filme é, então, uma viagem de sentidos, coadjuvada por algumas vozes ligadas ao resgate de memória da Quinta de Covela.  
A equipa:
Vanessa Rodrigues | Realização, Entrevistas, Guião e Voz
António Morais | Direção de Fotografia e Câmara
Osvaldo Pinto | Edição e Câmara
Carlos Carvalho | Câmara
Gonçalo Sousa | Captação de Áudio e Pós-produção áudio
Ricardo Guedes | Captação de Áudio
Música | Kong Kie
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