DRAG BEING
Originalmente dos Estados Unidos, em meados do ano de 1870, nasce uma das mais impactantes e polémicas tribos que existe nos dias de hoje.
Se recuarmos aos primórdios mais conceituais deste movimento vamos ser levados até às artes cénicas da Grécia antiga, onde actores do sexo masculino se vestiam como mulheres sendo que estas não tinham permissão para actuar. Esta substituição de géneros começou por ser uma questão da cultura performativa que albergava apenas o conceito da inferioridade feminina, no entanto foi em Nova Iorque, que esta prática começou a ser desenvolvida a um nível mais identitário, passando a ser uma forma de vida.
Houve a criação de casas de baile, estas eram tomadas como um “lar” para receber as drag queens ou transformistas, eram um lugar onde as pessoas podiam ser quem quissesem. Onde não havia certo ou errado.  Sentindo-se paralelos à identidade que eram obrigados a assumir perante uma sociedade conservadora, muitos homens recorriam a estes sítios em busca da sua realidade. Os que tiveram uma infância mais difícil, carregada de preconceitos e dogmas sociais,  renegados pela própia família ao assumir a sua verdadeira personalidade e também sexualidade, encontravam aqui um local seguro, uma família nova da qual não careciam de amor e aceitação pela vida que tinham escolhido.
Aos fins-de-semana a comunidade preparava-se intensamente para o baile, a sala repleta de decorações excêntricas e exuberantes fazia flutuar uma vivacidade imensa e colorida nos altos tectos de um salão dedicado à comemoração do conceito de ser drag. Enquanto maior parte dos homens vestiam a camisola do seu clube e compravam cervejas para ir assitir ao jogo no plasma do vizinho, as drag queens começavam a sua preparação de transformistas.
O transformismo refere-se à passagem de um gênero para outro através do uso de acessórios, roupas, mudança de cabelo e maquilhagem, tanto para fins profissionais ou pessoais.
Transformistas são artistas que usam em extremo elementos femininos (ou o contrário) para criar um personagem exagerado, de outro gênero e se transformarem em Drag, para fins profissionais artísticos. O Drag profissional prevalece em actividades como o teatro, a dança e a música com a finalidade de compor um personagem e sustentar uma carreira ainda não reconhecida por muitos.
Drag Queen ou Drag King (quando a mulher ser transveste de homem) não tem que ser cingindo simplesmente à questão de identidade e orientação sexual  da pessoa, pode também oscilar entre uma vontade e curiosidade de levar uma vida  
como um personagem diferente.  Grande parte não se identifica como travestis, meramente encaram o seu personagem como uma forma de auto expressão, como uma parte deles nem sempre divulgada, cuja finalidade será a de passar uma mensagem ou um sentimento que não conseguem fazer passar no seu dia-a-dia.
A transformação é um processo que pode levar horas. Há o seguimento de um passo a passo detalhado para a mudança de quem se está acostumado a ser para a figura do outro eu.
Após um processo cuidadoso, vários factores físicos irão complementar o figurino de uma Drag: a depilação mostra uma pele mais lisa; a maquilhagem dá a aparência de um rosto com traços mais femininos; o cabelo chama a atenção pelos cortes e cores extravagantes; e finalmente a roupa dá movimento e forma a um corpo que agora se assemelha à silhueta de uma mulher. Todos estes vectores culminam numa performance feita na ribalta de um palco onde o objectivo é colorir, exagerar e humorizar uma arte feita com muito talento. Ao mesmo tempo que entretêm um público abrem também portas para a inclusão de inúmeras pessoas que se sentem fragilizadas em demonstrar ao mundo aquilo que realmente são.
Drag queens permitem fazer com que o mundo veja que nada do que se queira fazer ou ser será alguma vez considerado inferior ou rídiculo, esta comunidade representa um sentido de respeito e valorização pela individualidade de cada um, não menosprezando nunca o diferente.
Brasileira nascida em 1991, formada em Fotografia, veio para Portugal em Setembro de 2017.  Com a bagagem de um intercâmbio na Irlanda e sendo aprendiz de marinheira por ter como experiência a  fotografia à bordo de navios de cruzeiro por quase dois anos.  
Decidiu participar do concurso, assim capturando as imagens com uma Canon 60D, sua objetiva 50mm e  ISO elevado para dar um pouco da leitura analógica ao projeto. 
DRAG BEING
Published:

DRAG BEING

Homens que encarnam personagens femininas a fim de entreter um público e enquanto individuais procuram personificar uma figura na qual se sentem Read More

Published:

Creative Fields