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Corpos Dançantes

Esta instalação explora os movimentos invulgares que o corpo humano é capaz de fazer. Movimentos ou posições que, noutro espectro, seriam consideradas um atentado às regras da estética do corpo, que se vê perfeitamente nas danças clássicas, que consideram o corpo como algo extensível, delicado e perfeito. Neste conjunto de imagens, ver-se-á tanto essa junção da delicadeza e perfeição, como a capacidade de tornar o corpo nalgo bizarro.
A apresentação remeterá a um tipo de processo fotográfico alternativo já muito antigo, chamado de Cianotipia, em que as imagens ficam tingidas com a cor azul ciano devido à junção de dois químicos que fazem com que o papel fique sensível aos raios UV.
Exploro ainda a diferença dos corpos feminino e masculino. Cada um com um conjunto de seis fotografias, tentando igualar um ao outro.
Acetatos colocados em círculo, faz como que a junção seja um misto de movimentos, no entanto, analisando cada uma das fotografias, são partes de corpo e poses diferentes. Por ser um acetato, ao incidir luz, cria-se um 3 em 1: o acetato usado hoje em dia para passar o negativo para positivo, a ‘’luz solar’’ recreada para atingir a imagem que queremos, e ainda o resultado da cianotipia: imagens com tons de azul.
As imagens utilizadas:

Excerto ''Na dança e na educação: o círculo como princípio'' de  Luciana Esmeralda Ostetto (Universidade Federal da Santa Catarina), que considero importante para a compreensão da instalação:

      "Jung (2001) observou a presença constante dessas formas nos sonhos de seus pacientes psiquiátricos que, ao desenharem as imagens projetadas, experimentavam a organização de elementos desordenados, capturados pela ordem que provinha do centro aglutinador de tais figuras. Curiosamente, alguns pacientes dançavam essas formas circulares.
       ‘’Algumas de minhas pacientes de sexo feminino não desenhavam, mas dançavam mandalas. Na Índia, isto se chama: mandala nritya, que significa dança mandálica. As figurações da dança têm o mesmo sentido que as do desenho. Os próprios pacientes quase nada podem dizer acerca do sentido simbólico dos mandalas, mas se sentem fascinados por eles. Reconhecem que exprimem algo e que atuam sobre seu estado anímico subjetivo.’’(p. 39)
       A circulação, psicologicamente, seria “o ato de mover-se em círculo em torno de si mesmo, de modo que todos os lados da personalidade sejam envolvidos”, além de significar a [...] vivificação de todas as forças luminosas e obscuras da natureza humana, arrastando com elas todos os pares de opostos psicológicos, quaisquer que sejam. (Jung,2001, p. 41-42)"
Corpos Dançantes
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