A calçada é só um tapete de concreto no qual desfilamos com pressa; dos prédios, apenas o que importa são as sombras para tapar o sol. Todo brilho foi encoberto pelo pó e as plantas que crescem, são as verdadeiras intrusas.

Mas o problema não está na cidade. O problema é que tudo virou uma rotina, ninguém olha pra cima, ninguém vê o que está ao lado. Os detalhes não são observados, todos parecem estar vivendo no automático, e não veem além do explícito.

Precisamos nos desafiar a reparar aquilo que foi esquecido, ver a beleza no que passa despercebido, quando nos dispormos a fazer isso, até naquilo que sempre foi banal conseguiremos ver o excepcional.

A cidade está cheia de formas, simetrias, combinações, perspectivas, luzes e sombras, cheia de elementos a mostrar e coisas a dizer. No entanto, ela não dá isso tão facilmente. Não basta apenas passar, você precisa procurar, olhar, parar e re-parar.