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ARTIGO PARA SITE ADIT BRASIL

​​​​​​​ Quatro tendências da hotelaria do futuro (hoje)
O futuro está aqui e é preciso equilibrar novas tendências com os fundamentos da hotelaria.

Com os pés fincados no século XXI, é possível dizer que o mundo não é mais o mesmo que era há 18 anos. A tecnologia ganhou cada vez mais espaço no cotidiano, a internet encontrou lugar cativo no modo como as pessoas se relacionam com as cidades, e inovações surgem a cada instante no mercado.

Entretanto, é possível notar que muita coisa ainda permanece a mesma. Os carros não voam como previam os filmes de ficção científica, clones não adentraram a sociedade e ainda não foi concretizada a colonização da lua ou de marte.

Com base nisso, é possível dizer que a hotelaria segue esse ritmo: por um lado há avanços significativos que devem ser levados em consideração para que o setor se mantenha atualizado, por outro os valores fundamentais de hospitalidade permanecem intactos e devem ser preservados.

Pensando nestes fatores, separamos quatro tendências que devem ser a aposta para a hotelaria nos próximos anos:

Experiências humanizadas

Apesar das críticas tecidas pelos saudosistas em relação à conectividade e redes sociais, é necessário admitir que estamos em um período onde não há mais espaço para a impessoalidade.

O boom do Airbnb e demais plataformas comunitárias de hospedagem demonstrou que há um perfil de consumo bastante interessado nas experiências pessoais, culturais e afetivas. Hotéis genéricos e de caráter impessoal podem perder espaço para essas novas ferramentas.

O turismo, para além de uma arquitetura e design agradável, é a procura por experiências únicas. Ricardo Montaudon, ex-RCI e ex-presidente da Associação Mexicana de Desenvolvimento Turístico (Amdetur), em entrevista concedida à ADIT Brasil em agosto, apontou o investimento em experiências como uma das grandes apostas para o setor.
“Existem muitas formas de experiência, como estamos vendo as experiências gourmet, onde você aprende a cozinhar com um chef renomado. Ou experiências de turismo orgânico. Ou turismo de aventura, onde você não busca apenas lazer para o corpo, mas também para a mente, aprendendo coisas educativas ou de aventura. Nesse sentido, o investidor brasileiro tem que procurar esse tipo de coisa”, afirmou Montaudon.

E é exatamente no serviço que os hotéis se diferem e ganham vantagem em relação a ferramentas como o Airbnb. Para Carolina Pinheiro, Vice-Presidente de Desenvolvimento da Wyndham Hotels & Resorts, o fator humano é indispensável no relacionamento com o cliente. “A gente entende que a tecnologia pode colaborar na prestação do serviço, mas acabamos tendo um esforço humano que é necessário”, comentou.

Millenials têm voz

Segundo estudo da PwC, os millennials (nome dado à geração daqueles que nasceram entre 1981 e 1996), atingirão 50% da força de trabalho mundial até 2020. Em questões significativas, isso demonstra que pessoas mais jovens estão tendo cada vez mais o poder de compra. Levando em consideração que muitos da Geração Z (nascidos a partir do final da década de 90) já estão atingindo a maior idade, é inevitável a força exercida pelos novos consumidores.

Uma pesquisa da Hipmunk mostra que 72% dos millenials indicaram estar viajando mais em 2016 que nos anos anteriores. Os dados chamam atenção para uma necessidade latente do setor em se atualizar com as necessidades desse público mais novo, que possui diferentes prioridades e necessidades do que as gerações anteriores.

Outro dado que chama atenção na pesquisa é que 55% destes millennials dizem estender suas viagens a trabalho para pequenos tempos extras de lazer. Isso aponta a importância de amenidades que atendam as expectativas desse público, além da cobertura sob diversos aspectos como, por exemplo, forte presença nas redes sociais, o uso de aplicativos e plataformas que permitam comunicação imediata.

Identidades únicas

A galgada ininterrupta da tecnologia e a linha ascendente das mídias digitais estão transformando a forma com que o hotel é apresentado ao público. Com a concorrência expandida, é necessário utilizar novas ferramentas de marketing para destacar o empreendimento no mercado.

O storytelling pode ser uma peça-chave para a hotelaria. A traduzir para o português, é possível afirmar que se trata de contar histórias, porém, boas histórias. O fundamental para o storytelling é ser relevante, e essa relevância vem de uma boa estruturação de todos os diversos fatores que integram a marca ou empreendimento, os tornando singulares.

Diversas marcas dos mais diferentes segmentos estão apostando na criação de uma personalidade que as diferenciem das demais, formando verdadeiras identidades que geram proximidade com o seu público.

“Hoje uma grande oportunidade que temos no Brasil são os hotéis lifestyle, são poucos os que temos e há um potencial enorme. São hotéis para a nova geração, cosmopolitas, que podem estar no mundo todo com muito trabalho no design. Uma boa palavra para traduzir é ‘descolado’, que tem a ver com o serviço que você presta, o design, a qualidade do food and beverage, a música, iluminação, tudo que incorpora o hotel”, exemplifica Abel Castro, V.P Sênior de Desenvolvimento da rede AccorHotels na América do Sul.

Todos esses fatores devem ser muito bem apresentados ao cliente, fazendo com que a forma com que a história seja contada tenha cada vez mais importância. Boas ideias já utilizadas por muitos são ferramentas como vídeo marketing e o uso de realidades virtuais, que permitam ao hóspede explorar o local no qual têm interesse de se hospedar.

Expansão das ofertas tecnológicas

Ainda conectado a essa nova forma de consumir do público, é extremamente válido entender o papel tomado pela tecnologia. Os hóspedes estão cada vez mais engajados com qualquer tipo de solução que melhore a estadia e facilite a sua vida. Sendo assim, grandes empresas do mercado já apostam suas fichas em novos serviços tecnológicos.
O Grupo Accor, uma das maiores redes hoteleiras do mundo, já inicia testes de novas tecnologias no Brasil, como a implantação de reconhecimento facial e “quartos futurísticos”. Com o futuro cada vez mais próximo, e a evolução tão acelerada de diversas tecnologias, é preciso mais que nunca pensar a passos largos e verificar qual a viabilidade de implantação das mesmas. “O segredo da hotelaria é não pensar como o hóspede pensa hoje, mas pensar e imaginar a experiência dele na próxima década. Estar sempre à frente do tempo”, reconhece Abel Castro.

O executivo é entusiasta desse processo. “Nós lançamos um quarto que é chamado ‘Quarto do Futuro’. Ele está no Pullman da Vila Olímpia, em São Paulo, onde temos tecnologia e tudo que se imagina que vai ser um quarto do futuro. Para dar poucos exemplos, temos equipamento dentro do hotel, que parece uma pequena geladeira, em que você coloca sua roupa e ele lava e passa para você. Temos a cama giratória, onde você pode dormir assistindo um telão e acordar virado para janela. A TV tem poucos centímetros de espessura e é flexível, além de estar com um imã na parede e você pode ajustá-la de lugar”, conta o Diretor.

É no Hotel Pullman que a ADIT Brasil sediará o primeiro Seminário sobre Desenvolvimento e Investimentos Hoteleiros – ADIT Hotel, que coloca em pauta assuntos como: comercialização, comunidades planejadas turísticas, timeshare, multipropriedade, tendências de design e arquitetura na hotelaria, administração de empreendimentos, comportamento do viajante digital no Brasil, regulamentação de condo hotéis, a visão dos investidores, expectativas da hotelaria nacional, entre outros.

Serviço:
ADIT Hotel 2018
Data: 05 de novembro
Local: Hotel Pullman Vila Olímpia
End: R. Olimpíadas, 205 – Vila Olimpia, São Paulo – SP
Horário: das 8h30 às 18h00
Site do evento: http://adit.com.br/adithotel/

Por Klaus Roger – Conteúdo ADIT
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