Especialista indica fatores possivelmente relacionados às dores nas costas, principalmente na região lombar. Nova série do Saúde com Ciência é dedicada a essas dores
Longos períodos sentado em posturas inadequadas, falta de atividade física regular, sedentarismo, carregar bolsas e mochilas pesadas. Esses são exemplos de ações possivelmente associadas às dores nas costas – a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 80% das pessoas passarão por algum episódio de dor nas costas durante a vida. Por ser um dos segmentos mais inferiores da coluna e assim receber maior sobrecarga mecânica de partes como o tronco superior, cervical e cabeça, a coluna lombar tende a ser a região das costas mais afetada.
A lombalgia ocorre quando o indivíduo sente dores nessa região, ou seja, na parte mais baixa da coluna, entre a última costela e a região glútea. O professor do Departamento do Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina da UFMG, Guilherme Abreu, alerta para a condição da dor na coluna como um sintoma. “A dor é na realidade um sintoma, não um diagnóstico. Então, todo paciente com dor merece uma avaliação médica para que o profissional de saúde consiga diagnosticar o motivo”, afirma. Na maioria das vezes, a dor na lombar ocorre por alterações posturais ou mecânicas, o que é chamado de dor mecânica postural.
O ortopedista acrescenta que outras causas de dores na coluna lombar são problemas no disco vertebral, alterações de desgaste em outras partes da coluna, como a espondiloartrose, infecções e tumores, situações menos comuns ligadas a alterações na musculatura ao redor da coluna. Há também outros sintomas associados a esses quadros, com uma frequência menor em relação à dor. “Alterações de sensibilidade, da força dos membros superiores e inferiores e ainda de órgãos internos, como bexiga e intestino. Às vezes, um dos sintomas de alterações na coluna vertebral é exatamente a perda, ou o que os médicos chamam tecnicamente de incontinência ou retenção, tanto de urina quanto das fezes”, pontua Abreu.
Tratando a dor mecânica postural
Primeiramente, Guilherme Abreu recomenda que o indivíduo se preocupe em consultar um especialista para conhecer seu diagnóstico. Ele é baseado em duas fases caso seja detectada uma dor mecânica postural: a primeira é de alívio da dor, realizada à base de medicamentos prescritos pelo médico. Na segunda fase acontecem atividades de alívio das dores, como repouso e termoterapia, técnica que utiliza compressas quentes na região afetada.
Segundo o também professor do Departamento do Aparelho Locomotor da Faculdade, Luiz Eduardo Teixeira, o objetivo inicial do tratamento é eliminar a crise aguda de dor. “Depois que nós corrigimos a dor vem a segunda etapa, que seria a prevenção de novas crises, relacionada a uma reabilitação. Reeducação postural, um alongamento da musculatura postural, fortalecimento de músculos abdominais, etc. Isso tudo trata e também preveni novas crises”, completa.
Redação: Nathalia Braz – estagiária de jornalismo
Edição: Lucas Rodrigues
