Insignificâncias

Tomei atenção para entender o dicionário e percebi que ele reduz o significado das coisas. Por que para significar não basta por ter uma função pré-definida, ou até uma aparência que lhe é atribuída, e entendi por resinificar tanto o comportamento do olho e das coisas, quanto das palavras e suposições que iam agarradas a elas.
Foi o meu filtro visual que modificou o lugar das coisas invisíveis e cotidianas. As coisas se reorganizaram, em prioridades, e automaticamente uma coisa ia se tornando outra. As vezes se compondo em memória, às vezes fazendo parte de um contexto específico, e no melhor dos casos, nada.
Não é sobre tirar o afeto das coisas, mas reposicionar o afeto delas. As coisas são as mesmas desde sempre, e fazem sua função, por que sempre fizeram assim, mas também podem fazer de outra forma. E isso não é uma ofensa à natureza delas.
Este trabalho pretende mostrar as imagens abstraídas do mundo natural, para comporem um trabalho de fotografia a partir de formas encontradas no cotidiano, sendo uma reestruturação do sentido da palavra e do objeto final.

Referências:
História de Cronópios e Famas – Júlio Cortázar
Ensaios Fotográficos – Manoel de Barros
Teoria resinificação Gestalt
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