Eu diria que Stanley Kubrick é um dos diretores, ou melhor diria cineastas (pois não se limitava somente a direção) mais populares de todos os tempos, diria também que é quase impossível alguém com o mínimo de conhecimento geral não ter ciência que filmes como 2001, Laranja Mecânica e O Iluminado são influentes para uma geração que produz suas próprias obras com íntegra “facilidade” se comparada a sucinta era na qual Kubrick esteve ativo, na qual muitos resumem como genial.     

Em meio a essa era Kubrick, o diretor produziu essa obra noir que focada em um crime com um plano elaborado, colocava seus personagens num cenário onde qualquer coisa poderia ocorrer, sendo o plano um sucesso ou não, criando essa espécie de atmosfera onde o diretor explora sua narrativa um tanto diferente do comum para filmes do gênero, com roteiro não-linear que explorava acontecimentos sobre diferentes pontos de vista na história.

Na história Johnny Clay (Sterling Hayden), um ex-detento que após passar cinco anos na prisão, resolve aplicar um último golpe, para largar de vez o crime. O plano elabora que estamos falando é de assaltar um jóquei no dia do grande prêmio, que envolve diversos personagens que se darão bem ou não ao participar do plano. O diretor é bem sucedido em capturar totalmente a atenção do espectador aqui, e mesmo que o filme não tenha tido uma boa recepção imediata por parte do público, o estúdio consagrou Kubrick pelo resultado final mesmo estando receoso com muitas das decisões criativas tomadas no filme, justamente o que o fez ser o que é posteriormente.

Apesar do fracasso comercial, as revisões críticas de O Grande Golpe serviram para fazer justiça a este belo trabalho de Kubrick. Muitos críticos o consideram um dos melhores filmes noir de todos os tempos e inclusive alguns, um de seus melhores trabalhos. Em janeiro de 2012, o renomado crítico americano Roger Ebert o incluiu em sua lista de Grandes Filmes de todos os tempos, enfatizando que é interessante identificar em O Grande Golpe alguns temas e um estilo próprio que o diretor retomaria mais tarde ao realizar suas conhecidas obras-primas.