Jornal de perfil opinativo, distribuído gratuitamente. Seu projeto gráfico visa evidenciar as possibilidades proporcionadas pelo papel couché e impressão colorida. Nesse sentido, são utilizadas preferencialmente fotos com aplicação de texto, bem como charges e ilustrações. Dirigido por jornalista experiente, não se trata de uma publicação fundamentalmente factual. Seu direcionamento editorial parte da análise de fatos relevantes na atualidade, por essa razão o nome Por Trás da Notícia.
A identidade visual foi criada em 2016, inicialmente para o que seria um site. Pesquisando nos livros Planejamento Visual Gráfico(1) e Direção de Arte em Propaganda(2), verifiquei que azul é a cor ideal para ser reproduzida em dispositivos eletrônicos. A escolha fez sentido também em relação à Teoria das Cores, sendo o azul relacionado a valores como “pureza, fé e honradez”(3). Como seria o logo de uma empresa jornalística, procurei ser econômico nos elementos utilizados. De forma a deixá-lo mais limpo, sem ser monótono, utilizei tons de azul. A ideia foi originada ao ver o ícone do Photoshop em minha área de trabalho. Defini as cores variando as tonalidades escolhidas no próprio software da Adobe.
Inicialmente o ícone tinha as iniciais PTN, por isso três retângulos. Porém, para evitar possíveis problemas de comunicação, como a interpretação de que o logo se refere a um partido político, procurei evidenciar o caráter descontraído do jornal. De forma objetiva, desenhei os principais traços fisionômicos do proprietário no segundo retângulo. A intenção é que o rosto apareça como quem observa atrás da porta, de maneira a reforçar a mensagem implícita no nome Por Trás da Notícia.
Para enfatizar a impressão colorida, em papel couché (popularmente conhecido como “papel de revista”), costumo utilizar gradiente e os modos de mesclagem do Photoshop. A intenção é explorar as cores, criando o máximo de contraste possível. Eventualmente imagens são vetorizadas no Adobe Illustrator. Nesses casos elas são utilizadas em cores chapadas, fazendo referência aos antigos catálogos de ilustração, utilizados para diagramação antes da popularização dos computadores nas redações. Quando necessário, desenhos são criados especificamente para a diagramação e estes são aplicados em fotos, simulando o efeitos dos mockups, montagens comuns em agências de publicidade para simular um produto pronto, antes de sua produção. No caso, prefiro apenas escanear e ressaltar os traços de caneta ou lápis, para evidenciar seu caráter artesanal, contrastando com o estilo das demais imagens. Como o jornal é distribuído gratuitamente, o objetivo dessas técnicas de diagramação é chamar a atenção do público, de forma a evitar o descarte da edição antes de sua leitura.
Embora o Por Trás da Notícia repercuta temas da atualidade, e por isso também abordados por outras publicações, tais fatos são enfocados de maneira bem humorada. Como o padrão editoral do jornal é a análise e interpretação em um modelo de escrita que fuja dos limites do lead(4), graficamente procurei aplicar a questão da interpretação da notícia ilustrando os textos preferencialmente com charges e caricaturas. Se o estilo de escrita do jornal é diferente, visualmente a publicação também tem que ser. Partindo da premissa do Le Monde, “investigar o passado para vislumbrar o futuro”(5), utilizo material fora de circulação, como no caso dos cartunistas Mendez, J. Carlos, Belmonte, além de novos talentos que despontam na internet.
Coletânea que abrange a evolução da identidade visual e projeto gráfico desde 2016 até 2018. Caso a visualização do ISSUU não seja carregada corretamente em seu celular, clique aqui.
Referências
1. RIBEIRO, M. Planejamento Visual Gráfico. Brasília: LGE, 2007.
1. RIBEIRO, M. Planejamento Visual Gráfico. Brasília: LGE, 2007.
2. CESAR, N. Direção de Arte em Propaganda. São Paulo: Futura, 2006.
3. FARINA, M. Psicodinâmica das cores em Comunicação. São Paulo: Edgard Blucher, 2006. [p. 87]
4. MARQUES DE MELO, J. (Org.); Assis, F. (Org.). Gêneros Jornalísticos no Brasil. São Bernardo do Campo: Editora Metodista, 2013.
5. MOLINA, M. M. Os melhores jornais do mundo: uma visão da imprensa internacional. São Paulo: Globo, 2008. [p.67]
