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Onde o Brasil se encontra

Onde o Brasil se encontra
A vida de quem veio de fora do Rio de Janeiro para a Rural
Todos os anos a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro recebe novos alunos de todos os cantos do Brasil. E mesmo com a distância e o choque entre culturas, os estudantes da4 Rural aprendem aos poucos a transformar o ambiente universitário em um lar acolhedor.

Luciano, 28 anos, natural de Tucuruí, no Pará. Chegou na UFRRJ em 2012 para cursar Sistemas de Informação. Sempre quis estudar na área de tecnologia e escolheu a Rural por estar localizada no eixo RJ-SP-MG, um grande pólo tecnológico brasileiro. Quando chegou, se impressionou com a capacidade de acolhimento que o ambiente e os estudantes da universidade proporcionam. "Muitas vezes viemos para a rural, e todo mundo que vem para a rural tem um sonho, tem um objetivo, mas as vezes as pessoas, ao chegarem aqui, perdem esse sonho".


Ian Marinho Rebelo, 18 anos, estudante de Engenharia Química e natural de Santarém, Pará. Veio para a UFRRJ para estudar próximo da irmã, que faz nutrição na UFRJ em Macaé. Vir para o RJ foi sua primeira viagem para fora de sua cidade natal, mas devido a um início de depressão, se apoiou nos poucos amigos que conseguiu fazer. "A Rural é um ambiente que proporciona a oportunidade de amadurecer, existem todos os tipos de pessoas aqui e a Rural meio que obriga você a saber a interagir e lidar com essas pessoas, eu amadureci muito em relação a isso, relação a timidez, e o fato de eu estar sozinho me influenciou a interagir mais e ser mais social, que eu não era em Santarém".
Luciene Rafaela Franco dos Santos, de 24 anos, estudante do primeiro período de Educação Física, natural de Belém, Pará. Cursou Serviço Social em Belém e após a conclusão, seu objetivo era cursar Ed. Física independente do lugar. Quando contou pra qual estado iria estudar, não recebeu apoio da sua família, principalmente de sua mãe, então acabou comprando a passagem sozinha. "Esse processo de distância foi muito complicado, ficar longe da família, principalmente quando você tem um afeto muito grande, não só minha mãe, mas minha avó e minha família por inteiro, no início foi bem forte, mas o sonho de cursar Ed. Física se sobressaiu. Essa saudade em si vai ser como uma alento para eu poder continuar, não estou fazendo isso só por mim, mas por eles também."
Sabrina de Cassia Fernandes, de 25 anos, estudante de Agronomia, natural de Heliodora, Minas Gerais. Antes de terminar o ensino médio, estudava em uma cidade vizinha e estava acostumada a voltar para casa todo final de semana, o que causou estranhamento quando se mudou definitivamente para Seropédica. Como sua cidade tem apenas 5 mil habitantes, sentiu um grande choque em relação à circulação e variedade de pessoas. De acordo com Sabrina, por sua cidade ser pequena e na zona rural do interior de MG, sua opção de curso causou estranhamento entre seus conhecidos da cidade natal, que a indagaram de forma machista sobre seu desempenho. Não só em Heliodora surgiram comentários machistas, afirma Sabrina: "As pessoas aqui te desdenham, dizem "ah você é menina, quero ver você entrar no meio do barro", e isso é muito complicado, mas aos poucos nós mulheres mostramos que sabemos fazer".

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