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MAP 60, museu + residência

#designexhibition
MAP 60, MUSEU + RESIDÊNCIA
projeto expográfico . IVIE C. ZAPPELLINI
concepção . FABÍOLA MOULIN | RENATA MARQUEZ     arte gráfica . CLARICE G. LACERDA     fotografia . MIGUEL AUN
cenotécnica . ARTES CÊNICA     projeto-construção . 2017     localização . MUSEU DE ARTE DA PAMPULHA | MG BRASIL
A exposição comemorativa dos 60 anos do Museu de Arte da Pampulha e dos 120 anos de Belo Horizonte apresenta o Programa Bolsa Pampulha desde sua primeira edição em 2003 até 2017. Um dos primeiros programas de residência artística do país, é uma oportunidade para artistas emergentes, de experimentação em arte contemporânea, com enfoque no processo, discussão e troca entre artistas, curadores e museu. O desenho da exposição buscou também ser experimental e articular com o espaço do museu como uma intervenção site specific para dar suporte às obras e distribuí-las ao longo do edifício.  
Busquei a princípio uma intimidade com o espaço do museu, essa pérola desenhada por Oscar Niemeyer, para que o mobiliário expográfico fosse uma extensão da arquitetura. Que fosse também leve e espaçoso, transparente: o olhar perpassa através da estrutura e encontra outras obras, detalhes do museu ou recortes de paisagem do entorno.
No espírito processual, de ateliê aberto, o mobiliário da exposição foi inspirado nos cavaletes de pintura e mesas de desenho/projeto, feitos de madeiras esguias em forma de X. Para construção das estruturas apostei no cabo de cavadeira: que possui numa extremidade seção quadrada - sendo fácil promover encaixes e conexões - e na outra tem seção circular (como um cabo de vassoura) - ótimo para fazer pés de apoio. E assim o mobiliário adquiriu a elegância dos móveis pé palito dos anos 50 com baixíssimo orçamento e facilidade de execução. 
O mesmo cabo de cavadeira foi utilizado para composição dos pés de mesas e vitrines, aproveitando tampos existentes de exposições anteriores. 
Para lidar com o dinamismo e fugacidade característicos do universo das exposições, normalmente procuro elementos industriais prontos no mercado para composição do mobiliário e procuro projetá-lo de forma desmontável. No caso do MAP, esse último recurso é crucial, devido ao pequeno espaço de estoque disponível. 
Para dispor as obras no espaço, construímos um "diagrama de poéticas" a partir do qual identificou-se diálogos e fricções no que tange às manifestações e pesquisas das obras doadas pelos residentes ao acervo do museu.
As obras perto da entrada questionam a instância museu em vários níveis - enquanto instituição de modo geral, enquanto espaço expográfico, enquanto especificamente o MAP com suas peculiaridades arquitetônicas e organizacionais. Próximas a elas, estão obras que utilizam das mídias impressas (espaços institucionais de alguma forma): como placas de rua, cartazes, livros, colunas de jornal, concurso. Ainda no térreo, vídeos e objetos questionadores de regras e padrões sociais.
Ao longo do percurso das rampas/escadas, patamar e auditório, estão obras site-specific que se inserem e dialogam diretamente com determinados nichos do museu, instaladas do mesmo modo de quando foram criadas na ocasião do bolsa. No mezanino, agrupamos obras cujas poéticas relacionam com o tempo, com o cotidiano, com materialidades e paisagens da cidade e da natureza.


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