Djalma não entende de política é uma banda bastante irreverente, que usa da comédia e do sarcasmo para falar criticamente de temas importantes da atualidade. Com influências musicais da tropicália e jovem guarda, a banda define seu gênero como hard-sambas progressivos pós-wagnerianos. Com senso de humor anárquico e politizado, lançam em pleno 2016 o álbum “Apesar da Crise” de maneira independente, via financiamento coletivo.

Celebrando o jeito brasileiro criativo e atrevido de lidar com as situações, inclusive as de crise, o cenário se inspirou conceitualmente nas festas de quintal da periferia que se expandem para a rua, no qual os vizinhos se agregam, trazem o que tem em casa, desde comidas a mobiliários, junta-se família, amigos, tem criança, vó, cachorro, papagaio e piriquito, sempre com cerveja, música e muita alegria para dar conta de tanto peso e opressão.

As referências estéticas foram a cultura popular, o kitsch, a tropicália, o show de calouros do Chacrinha e os programas de tv das décadas de 70 e 80. E assim, vieram para o palco ícones como a jarra de plástico em formato de abacaxi e forro de mesa com estampa de morangos. Soluções improvisadas como a estante feita de escada. Bancos de plástico, mesas metálicas de bar. Muitas plantas. E ainda, uma grade metálica ornamentada aos fundos, evocando o lado externo de uma janela. Luzes coloridas e psicodélicas, como luzinhas pisca-pisca em formato de parreira e luzes de boate.

Para valorizar os músicos percussionistas, utilizamos uma plataforma comprida e elevada no fundo. Fechamos a parte de baixo com papel manteiga e criamos nichos-holofotes que mudavam de cor de acordo com o ritmo e a atmosfera de cada música.