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TFG _ Reabilitação Urbana (Olímpia/SP)

     Olímpia é uma cidade turística localizada no interior do Estado de São Paulo, entre seus principais atrativos estão o clube Thermas dos Laranjais e os Festivais de Folclore e Festa do Peão, realizados no Recinto de Exposições Folclóricas (destacados em vermelho no mapa abaixo), porém, mesmo com o título de cidade turística, a cidade de Olímpia não possui estrutura para tal. A cidade carece de áreas de atratividade e o turismo não é aproveitado pela população, apenas pelo clube, que é particular. O principal corredor de lazer da cidade (Avenida Aurora Forti Neves) não é aproveitado da forma como poderia ser, existindo problemas em relação à dimensões de vias, larguras de passeios, calçamento e pontos de atratividade adequados aos serviços oferecidos pela demanda comercial e turística do município.
MAPA DE ACESSO E ATRATIVO TURISTICO
 
     No Trabalho Final de Graduação apresentado aqui, foi realizado um estudo sobre a Mobilidade  Urbana na cidade de Olímpia, visando elaborar um projeto de Reabilitação Urbana, adequando a cidade ao título de cidade turística que a mesma recebe e criando pontos de atratividade para a população na cidade. A área delimitada para o projeto foi o Corredor de Animação e Lazer da cidade (Avenida Aurora Forti Neves), onde há um córrego que o corta, elaborando nessa área pontos de integração ao córrego, integrando o homem à natureza e criando áreas de descanso e interatividade para a população. Estendendo essa área para a zona central da cidade, que é definida pelo Plano Diretor da cidade como Área Histórica, alterando o uso do solo e a padronização das vias, visando criar espaços públicos confortáveis para a população.
     O que deve ser salientado é que, para a implantação dessa proposta, deverá ser feito pela Prefeitura Municipal um programa que corresponda a todas as necessidades exigidas por esta Reabilitação, como qualidade da água e vazão do córrego Olhos D'Água, qualidade do sistema de drenagem, implantação das operações urbanas nas áreas delimitadas e conscietização da população.
Objetivos
     _ Reorganizar o fluxo viário e os serviços da cidade, alterando as diretrizes de corredores de comércio e serviços estratégicos, de forma a aliviar o fluxo de automóveis da área de intervenção e atrair serviços voltados à animação e lazer da população, trazendo também o turismo para a área de intervenção;
 
     _ Definir diretrizes para que haja áreas de animação e lazer dentro da área de intervenção, solucionando a carência e aproveitando melhor o turismo na cidade;
 
     _ Definir diretrizes para pontos de atratividade dentro da área de intervenção, criando pontos de cultura, lazer e esportes junto à Avenida Aurora Forti Neves, além de resgatar a história do centro comercial da cidade, dando vida ao mesmo e proteger os equipamento de importância histórica definidos pelo Plano Diretor;
 
     _ Recuperar a condição ambiental do córrego Olhos D'Água, criando e reforçando a necessidade de relação entre o homem e seu ambiente natural como elemento apaziguador das tensões e estresses do dia-a-dia;
 
     _ Conscientizar e envolver a população de Olímpia na participação efetiva das decisões de projeto, amparadas por um programa de educação ambiental focado nas discussões de inclusão do cidadão na sua cidade e no despertar da consciência ecológica da humanidade e seu futuro.
Mobilidade
    A implementação da Reabilitação Urbana em Olímpia começa com o estudo no entorno da área de projeto, propondo a alteração de diretrizes para alguns Corredores de Comércio e Serviços, definidos e caracterizados pelo Plano Diretor da Cidade e demonstrados junto à área de projeto no mapa a seguir.
     Os corredores utilizados são apenas aqueles já definidos pelo Plano Diretor de Olímpia e todos possuem diretrizes específicas que permitem a alteração do seu uso. Como os corredores são denominados pelo Plano Diretor como Corredores de Comércio e Serviços (CCS) 1, 2 e 3, a nomenclatura utilizada nesta proposta será alterada para CECS 1, 2 e3 - Corredores Especiais de Comércio e Serviços, para que não tenham seu uso confundido com o definido pelo Plano Diretor.
     Em relação as diretrizes urbanísticas, todos os recuos frontais e laterais, assim como testadas e áreas mínimas dos terrenos mantém-se os definidos pelo Plano Diretor.
Corredor Especial de Comércio e Serviços - CECS - 1
     Estes corredores foram escolhidos por darem seguimento as rodovias de entrada da cidade, tendo a função de receber os turistas.
     Por estarem afastados do centro, nestes corredores serão incentivadas as instalações de atividades que geram grande fluxo e tráfego de veículos pesados, como lojas de varejo, hiper mercados, postos de gasolina, oficinas e grandes centros comerciais.
Corredor Especial de Comércio e Serviços - CECS - 2
     Estes corredores estão implantados em locais estratégicos de forma a atender a população da cidade, dividida em duas zonas, Leste e Oeste. Como mostra o mapa a seguir.
     A abrangência das atividades visa atender a cidade e devem ser compatíveis com uso residencial, tornando o uso misto e tendo fluxo durante todo o dia nesses corredores. É estimulado o uso de comércios e serviços que mesclem o funcionamento durante o dia e a noite, como super mercados, lojas, farmácias, armazéns e lanchonetes.
Corredores Especiais de Comércio e Serviços - CECS - 3
     Estes corredores fazem a ligação dos CECS 2 com a Avenida Aurora Forti Neves (Corredor de Animação e Lazer - CAL), coletando o fluxo de veículos e, tanto encaminhando para a zona central, quanto o reverso.
     A abrangência das atividades visa atender os bairros próximos, assim como as necessidades dos turistas que chegam à cidade, como hotéis, pousadas e áreas de alimentação rápida, lanchonetes, farmácias e comércios leves, mesclando com o uso residencial, fazendo com que esses corredores tenham fluxo durante todo o dia.
Áreas Especiais
     Paralelamente à proposta de Reabilitação Urbana em Olímpia, deverá ser elaborado um programa que envolva toda a população da cidade, criando grandes centros atrativos e requalificando áreas degradadas da cidade.
     Para isso, foram selecionadas quatro áreas para a instalação de futuras operações urbanas, sendo uma para a criação de uma praça seca integrada ao projeto de Reabilitação Urbana na Avenida Aurora Forti Neves.
     O imagem acima mostra a disposição dessas áreas inseridas na área de projeto de reabilitação urbana. Os terrenos selecionados são espaços vazios, sem uso, que a partir deles foram ampliados por suas quadras, com o poder público adquirindo os terrenos ocupados através do direito de preempção e da transferência do direito de construir e inserindo os proprietários deslocados em áreas dentro da própria reabilitação urbana, preferencialmente nos corredores especiais.
     Esta proposta visa apenas elaborar as diretrizes e definir as áreas para que estas propostas ocorram, sem a pretensão de elaborar nenhum projeto para estas áreas momentaneamente, a menos para a praça seca.
1. Área Especial de Interesse Urbano _ AEIU
     Esta área foi escolhida por ser uma área crítica da cidade, é a parte mais degradada e um dos bairros de menor baixa renda e, consequentemente, pior qualidade de vida. Além desses agravantes, ela se torna importante para esta proposta de reabilitação pelo fato de passar por esta área um dos principais CECS 1, que recebe a maior parte da população que vem de fora e direciona para a avenida Aurora Forti Neves, ou para o clube.
     A proposta é para que sejam criadas diretrizes para que este espaço receba uma Intervenção futuramente, seja através de uma Operação Urbana Consorciada, seja por recursos públicos arrecadados com o projeto de Reabiltação Urbana que está sendo proposto, requalificando toda essa área para que seja um cartão de visitas aos turistas e, principalmente, melhorando a qualidade de vida da população residente no local.
2. Praça Seca
     Este espaço será destinado à criação de uma grande praça seca para a cidade, com a intenção de receber eventos itinerantes a céu aberto, como feiras comerciais, artesanais, culturais e eventos que reúnam grande quantidade de público, como ocorre atualmente na Praça da Matriz. Nos dias que não houver nenhum evento, este espaço se torna uma praça para ponto de encontro da população olimpiense.
     É possível observar na imagem acima a disposição da praça. Devido a inclinação do terreno atingir até 4 metros, foram criados 4 patamares de níveis. No nível mais baixo (+0.00) foi inserida uma área de estacionamento para 41 automóveis e 23 motocicletas, de forma a ajudar a solucionar a falta dos mesmos na avenida, conforme será mostrado no tópico sobre o desenho urbano das vias.
     Os pavimentos criados aos níveis +1.00 e +3.00 são amplos e abertos, podendo receber os eventos acima citados, sendo que no pavimento inferior foi criado um banheiro público visando atender a população presente no local, e no pavimetno superior, uma laje suspensa cobrindo parte da área de estacionamento e criando um deck de observação, como mostrado no corte a seguir.
     O pavimento intermediário (+2.00) fica sendo utilizado como acesso e descanso, com bancos e área devidamente arborizada.
     A arborização será mista, com árvores de médio e grande porte, dando preferência à árvores nativas da região, floridas e frutíferas, com copas robustas e cores vivas. A pavimentação será intertravada, respeitando a permeabilidade e de cor clara, diminuindo a absorção de calor solar. Nos estacionamentos, o piso utilizado será de concreto vazado, sendo ecológico e também permitindo a permeabilidade.
3- Complexo Esportivo
     Uma das premissas para essa área é a construção de um centro de treinamento esportivo para a população olimpiense. Com cerca de 20.000 m², nessa área deverão ser implantadas quadras poliesportivas, piscinas públicas, áreas de artes marciais, ginástica e treinamento atlético, de forma a incentivar a população, principalmente os jovens, a praticar algum tipo de esporte.
4- Complexo Cultural
     Com uma área de aproximadamente 22.000m², este espaço será destinado à criação de um Complexo Cultural para a cidade, onde haja shows alternativos, exposições culturais entre outros eventos que sejam relacionados com cultura e lazer.
     A intenção é que esse espaço supra a ausência de um lugar com essas características na cidade, se tornando um dos principais pontos de encontro da população olimpiense, com atratividades durante o dia e a noite.
     Para a organização dos eventos, deverá ser elaborado um programa que administre e traga eventos diferentes para a cidade, não apenas os tradicionais shows sertanejo-universitários, mas também eventos de outras culturas e estilos musicais, para todos os gostos, incentivando a diversidade cultural à população. Assim como eventos de teatro, cinema, exposições culturais, centralizando e criando um ponto de referência na cidade e na região.
Desenho Urbano - Avenida Aurora Forti Neves
     A premissa desta Reabilitação Urbana é fazer a integração do homem com a natureza, criando módulos na avenida, que serão apresentados adiante, para fazer essa integração.
     Para isso, a avenida Aurora Forti Neves terá seu uso alterado, deixando de ser arterial e se tornando coletora, limitando o fluxo a veículos leves e transporte coletivo. O deslocamento de veículos pesados poderá ser deslocado para as vias CECS1, e o fluxo rápido e intenso de veículos deslocados para as vias perpendiculares à avenida Aurora Forti Neves, como os CECS3, porém, é extremamente importante ressaltar que o deslocamento do fluxo de veículos deve ser estudado pela engenharia de transportes da cidade de Olímpia, para que sejam criadas alternativas eficientes para a solução do trânsito.
     A imagem a seguir mostra um corte esquemático de como está dimensionada a avenida Aurora Forti Neves atualmente.
     É possível notar nesse corte que há três faixas de fluxo de veículos, sendo que uma das faixas é destinada para estacionamento de veículos e ambas as calçadas possuem 1,50m, com a calçada do lado direito ao sentido da via não sendo arborizada, e do lado esquerdo ao sentido da vida, próximo ao córrego, há a calçada onde a população costuma praticar atividades como caminhada. Nota-se que esse 1,50m é dividido com o mobiliário, o que gera problema de circulação, com apenas uma pessoa conseguindo andar na faixa de circulação, e quando ocorre o encontro com outra pessoa, uma tem de desviar indo para a rua.
     Para solucionar esse problema, a proposta padroniza a via alterando o dimensionamento, priorizando o pedestre aos automóveis. Para isso, a faixa de estacionamento foi retirada para dar espaço para o passeio de pedestres.
     As calçadas próximas aos prédios foram ampliadas para 2,20m, com 1,00m destinado à arborização e ao mobiliário urbano, e 1,20m para o passeio público. Já a calçada próxima ao córrego será um pouco mais ampla, atingindo 3,50m, sendo que o mesmo 1,00m para postes de iluminação, telefones públicos e arborização, porém a faixa de circulação passa a ter 1,50m, melhorando as condições para a pista de caminhada e a extensão de um deck com 1,00m para mobiliário urbano como bancos, lixeiras e espaços para observação.
     Para solucionar as vagas de estacionamento, ficará nas diretrizes dos complexos urbano e cultural que haja determinadas vagas de estacionamento para atender o fluxo de carros da avenida Aurora Forti Neves, definido pelo mesmo estudo de viabilidade que será feito pela engenharia de trânsito da cidade. Além dessas áreas, foi delimitada uma área para estacionamento na Praça Seca e vagas poderão ser criadas nas vias paralelas à avenida, com as vagas especiais para portadores de deficiência física e idosos nas esquinas das ruas de saída da avenida.
     Na imagem acima também é possível notar a presença dos "traffic calmings", que nada mais é do que a extensão do passeio público através de uma faixa de passagem elevada com rampas acessíveis também aos veículos, substituindo as faixas de pedestres, mantendo assim uma regularidade nos níveis de altura dos passeios públicos e, naturalmente, reduzindo a velocidade dos veículos, dando mais segurança aos pedestres.
     A proposta de Reabilitação Urbana em Olímpia sugere a utilização de vegetação herbácea e/ou ramagem nas faixas de mobiliário urbano, delineando o passeio público de forma natural e funcionando para impedir o acesso ao leito carroçável por locais onde não estejam instalados os 'traffic calming' de passagem. As árvores devem ter copas robustas e densas, preferencialmente de folhagem oleosa e perene para auxiliar na retenção e filtragem de partículas suspensas (poeiras, gases, fuligens), com cores vivas e que sejam de fácil manutenção, seguindo as diretrizes definidas pelo Manual de Arborização da CPFL.
     A proposta do paisagismo sugere a implantação de árvores leguminosas e que haja diversidade na escolha das árvores frutíferas que atraiam pássaros, que sejam sombrosas e tenham cores diversas, confortando termológica e visualmente e que não possuam raízes agressivas e não conflitem com o córrego. A proposta de uma arborização desse tipo é, também, por serem chamarizes para pássaros, inserindo a fauna e a flora para dentro da cidade, com o ser humano integrando-se com naturalidade.
     Toda pavimentação deve obedecer restritamente à necessidade de calçamento permeável, antiderrapante e de rugosidade necessária para minimizar a velocidade da água pluvial, com cor clara para diminuir a absorção de calor solar. As calçadas e passeios devem utilizar calçamento em concreto intertravado.
     A permeabilidade do solo é de grande importância para o projeto, pois além de atenuar as ações de chuvas, contribui para a melhoria do clima urbano.
     Todos os equipamentos, sinalizações e mobiliário devem ser adaptados para a utilização de pessoas portadoras de necessidades especiais (permanentes ou temporários), bem como otimizar o acesso e uso de idosos, crianças, gestantes, pessoas obesas ou com dificuldade de locomoção. Pisos alertas e guias serão contemplados nos projetos e escolhas de materiais conforme as normas vigentes e Leis Municipais para projetos de espaços públicos (ABNT/NBR 9050). Alguns equipamentos serão detalhados a seguir.
- Portais Semafóricos
 
- Postes de Iluminação
     Nos postes instalados na avenida Aurora Forti Neves, segere-se um modelo com dois pontos de luz, iluminando assim o leito carroçável e o passeio público, com toda a fiação subterrânea para não poluir visualmente.
     Nas vias centrais (MODULO B2), sugere-se a instalação de postes com lâmpadas de LED, como nos modelos abaixo, onde todo o controle de luz do poste é feito por equipamentos localizados na baso, tornando mais prática e rápida sua manutenção. Os feiches podem ser direcionados para pontos específicos para evitar ofuscamentos e aproveitar ao máximo a luz, podendo funcionar independente da rede de força, através de energia solar.
- Bancos
- Sistema de Lixo
     O sistema de lixo implantado permite unir as necessidades básicas de limpeza urbana a um serviço rápido e eficaz, mantendo o lixo isolado e possibilitando a coleta programada, através de armazenagem correta dos resíduos em contêineres enterrados, o que evita o impacto que contêineres causam nas vias.
     A instalação dos contêineres deverão preservar uma distância mínima de 7m em relação às esquinas, preferencialmente próximos ao final da quadra no sentido do fluxo viário, sempre do lado do fluxo lento, de forma com que não atrapalhe o trânsito nos períodos necessários de coleta.
- Sistema de Limpeza
     Para auxiliar na limpeza das ruas, deverá ser instalado um sistema entre as faixas de fluxo que seja programado para, automaticamente, "irrigar" a rua, limpando-a. Isso evita o desperdício e o transtorno no fluxo de veículos que causa a passagem do caminhão-pipa de limpeza.
Modulação do projeto
     O caminhar a pé, contemplação e atividades físicas e contato com a natureza serão incentivados pelo projeto, para isso, serão implantados ao longo da área de projeto 4 módulos de acesso, visando atender essas premissas.
a) Módulo A1
     O Módulo A1 será implantado nos extremos da área de projeto, onde a largura entre a via e o córrego são maiores, tendo em média 30m. Neste módulo foram propostos caminhos suaves de acesso à um passeio paralelo ao córrego, seguindo a declividade do terreno, com decks circulares com equipamentos de academia ao ar-livre.
b) Módulo A2
     Este módulo localiza-se na parte central do projeto, onde a largura entre a via e o córrego são inferiores ao módulo A1, tendo em média 23m. Para o acesso a esse ponto foi criada uma escada que vença os 3,50m, com intervalos a cada 10 degraus, respeitando as normas vigentes (NBR9050). Para o acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais, foi inserida uma plataforma de elevação, permitindo a acessibilidade de todos ao local.
     Por ser uma área que pode ocorrer alagamento dependendo da intensidade das chuvas, o mobiliário inserido será de concreto, de forma com que não estrague com a água.
c) Módulo A3
     Neste módulo encontra-se a maior inclinação do terreno até o córrego, isso ocorre devido à extensão plana do terreno até começar a inclinação. Aproveitando este espaço, foi elaborada uma área para atividades físicas e uma para descanso, com uma ponte de acesso entre elas.
     Na área leste, voltada as atividades físicas, foram implantados 8 decks com equipamentos de academia ao ar livre, com a arborização de árvores sombrosas voltadas para o lado oeste, com a intenção de evitar a insolação direta no período da tarde nos equipamentos. A pavimentação nessa área deverá ser com piso de concreto vazado, visando a impermeabilidade no local.
     Na área oeste, visando uma área para descanso, foi elaborado um espaço para a implantação de 3 decks com áreas de integração, com mesas sombreadas por árvores sombrosas e guarda-sóis. Há também um espaço destinado à um totem de informações sobre a cidade.
d) Módulo A4
     A premissa deste módulo é criar pontos de integração ao nível do passeio público, com a criação de decks suspensos, mobiliados com mesas e criando pontos de observação. A estrutura destes decks deverá ser calculada por profissionais especializados em estrutura, podendo ser metálica, com a base apoiada no próprio terreno. Estes espaços serviriam para integração da população, por exemplo, servindo como descanso após atividades físicas ou ponto de encontro para 'happy hour'.
Área Especial de Interesse Ambiental - AEIH
     Esta área é também o centro comercial da cidade, tendo essa definição pelo Plano Diretor. Nessa área, deverá ser feito um programa que incentive a implantação de comércios e serviços que tenham seu horário de funcionamento misto e sejam compatíveis com zona residencial, sendo o uso estimulado para lojas, farmácias, restaurantes, lanchonetes, pizzarias, sorveterias entre outras atividades que atraiam a população tanto residente quanto turista, com áreas de atratatividade que atendam todos os períodos do dia, deixando essa área sempre com vida.
     A proposta feita para essa área é semelhante ao que foi feito no CAL, as vias foram padronizadas em dois módulos, estrategicamente escolhidas, visando atender as necessidades da proposta. Com a alteração do uso de algumas vias, o deslocamento do fluxo de veículos deverá ser estudado pelo departamento de trânsito da cidade para que sejam criadas alternativas eficientes para o trânsito. Com a eliminação do tráfego intenso e pesado no centro, será possível a criação de áreas de lazer que deem vida e se tornem espaços públicos agradáveis as população que esteja no local.
     A imagem a seguir mostra um mapa com a legenda de onde os novos módulos de vias serão implantados.
     As vias foram selecionadas de acordo com seu uso, de forma a não agredir em excesso o fluxo de trânsito na área central e os padrões urbanísticos são os mesmos utilizados no CAL.
a) Módulo B1
     Neste módulo encontram-se as vias de trânsito mais intenso, para isso, foi mantido o padrão de três faixas de circulação, sendo que uma das faixas destinada a estacionamento, as calçadas de ambos os lados foram padronizadas, atingindo 2,20m, sendo que 1,00m destinado ao mobiliário urbano e 1,20m para passeio público.
b) Módulo B2
     Este módulo está inserido nas vias centrais, onde deverá ser incentivada a alteração do uso do solo conforme descrito anteriormente, criando atividades que incentivem a presença da população nessas vias.
     Nestas vias, o fluxo viário foi reduzido para apenas uma faixa de rolagem, com 4,00m de largura, para passagem de veículos, com bolsões para embarque e desembarque de pessoas. A intenção desse projeto é criar um 'lugar público' que seja agradável para a população, criando pequenos calçadões com aproximadamente 4,50m de largura de cada lado da faixa, com pontos de integração entre as pessaos, com quiosques, bancos e jardins.
     Com a redução da faixa de circulação de veículos, o fluxo de carros diminui no local, criando um lugar mais limpo da poluição de partículoas flutuantes, e os veículos que passarem no local terão sua velocidade reduzida, dando mais segurança aos pedestres. A pavimentação do leito carroçável nesse módulo deverá ser de paralelepípedos, resgatando um pouco da história de cidade interiorana, como era no início dos tempos da cidade, além de serem ecológicos permitindo a infiltração da água de chuva, ajudam a combater o calor.
Considerações Finais
     A compreensão da mobilidade urbana da cidade de Olímpia/SP é um princípio para o entendimento das condicionantes urbanísticas que permearão o projeto. A Reabilitação Urbana proposta implica na alteração da função de alguns corredores que ligam a avenida principal à zona central, além da alteração do uso da mesma.
     A proposta fundamenta-se sobre o potencial urbano e turístico da cidade de Olímpia, para tanto tem os objetivos principais de:
     
     - Reorganizar o fluxo viário e os serviços da cidade, alterando as diretrizes de corredores de comércio e serviços estratégicos, de forma a aliviar o fluxo de automóveis da área de intervenção e atrair serviços voltados à animação e lazer da população, trazendo também o turismo para a área de intervenção;
 
    - Definir diretrizes para que haja áreas de animação e lazer dentro da área de intervenção, solucionando a carência da população e aproveitando melhor o turismo da cidade;
 
     - Definir diretrizes para pontos de atratividade dentro da área de intervenção, criando pontos de cultura, lazer e esportes junto à Avenida Aurora Forti Neves, além de resgatar a história do centro comercial da cidade, dando vida ao mesmo e proteger os equipamentos de importância histórica definidos pelo Plano Diretor;
 
    - Recuperar a condição ambiental do córrego Olhos d'Água, criando e reforçando a necessidade de relação entre o homem e seu ambiente natural como elemento apaziguador das tensões e estresses do dia-a-dia;
 
    - Conscientizar e envolver a população de Olímpia na participação efetiva das decisões de projeto, amparadas por um programa de educação ambiental focado nas discussões de inclusão do cidadão na sua cidade e no despertar da consciência da humanidade e seu futuro.
 
    É de vital importância para a implantação desta proposta que sejam feitos estudos que garantam a qualidade da água do córrego Olhos D'Água e a vazão d'água do mesmo. Além de ser fundamental a implantação de operações urbanas futuras nas áreas destinadas à isso nesta proposta, e que haja um incentivo do governo local, tanto para a proposta, quanto para a elaboração de um programa que conscientize a população de Olímpia sobre a importância da história da cidade e do quão importante respeitar e interagir com a natureza, para que o programa funcione e seja bem sucedido.
     Com a proposta de Reurbanização, Olímpia atrairá diversos empreendimentos, gerando novos empregos, mais turismo e melhor qualidade de vida à população, que é o principal foco do projeto, já que essa, há tempos, carece disso na cidade.
TFG _ Reabilitação Urbana (Olímpia/SP)
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TFG _ Reabilitação Urbana (Olímpia/SP)

Trabalho Final de Graduação de Arquitetura e Urbanismo 2012.

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