Trabalho realizado na disciplina de Atelier de Arquitetura e Paisagismo II, na Universidade Federal do Paraná, pelos estudantes Christiana Vieira, Lucas Bussular, Matheus Costa e Nathalia Kuipers.
Educação de qualidade geralmente é atingida através de abordagens diferentes, como metodologia de ensino, espaços adequados para a aprendizagem, mantendo em vista o respeito e atenção às características – e diferenças – dos alunos. O projeto em questão busca explorar essas questões por meio de ambientes flexíveis, espaços abertos conectados aos fechados, lugares cobertos e lugares descobertos, inserido em um espaço fruto de expansão do tecido urbano. O projeto nasce do desafio de oferecer aos estudantes dessa escola pública um refúgio escolar, no qual seja possível o desenvolvimento de um senso crítico. Um ambiente que encoraja a coletividade, enquanto incita senso de comunidade e propicie condições adequadas para o estímulo da criatividade – gerando uma atmosfera de confiança e liberdade.
INSERÇÃO URBANA E ARQUITETURA o programa foi implantado através de uma malha quadrada diagonal (6x6m), distribuído em sete blocos, que foram interligados através de uma cobertura modular – a qual também segue a malha. A ideia foi espalhar o programa pelo terreno, e propiciar um local em que espaços internos tenham transições suaves para os externos, promovendo um estudo integral mais agradável aos estudantes. Outro ponto importante do projeto foi a distribuição de vegetação ao longo da escola, de forma a diluir os blocos em um ambiente bem distinto do contexto urbano em que é inserido – através dos pátios internos dos edifícios e dos espaços vazados na cobertura, que formam áreas de convívio vegetadas e com qualidade de permanência durante os intervalos. Divididos pelo rio que cruza o terreno da escola, o qual foi canalizado e preenchido por flores (simbolicamente para trazer à tona a herança do rio no bairro), situam-se o auditório e as quadras coberta e descoberta. Ambos compõem um conjunto de caráter mais público, pois podem ser utilizados pela comunidade nos finais de semana, tendo assim maior facilidade de acesso. Os dois edifícios estão dispostos de forma a gerar uma pequena praça pública, localizada na esquina oeste do terreno.
SISTEMA CONSTRUTIVO Quanto ao sistema construtivo as estruturas metálicas surgem como respostas coerentes à necessidade de uma cobertura uniforme sem muitos apoios e à multiplicidade de edifícios com grandes vãos a serem vencidos. Nos blocos das salas de aula, administração, auditório, biblioteca e refeitório, foram utilizadas vigas e pilares em aço (na cor branca), justamente por serem elementos que dão leveza à composição. A laje dos cinco primeiros é resolvida pelo steel deck, sendo que a do refeitório, por sua vez, é uma grelha metálica. Quanto às vedações, estas consistem em alvenaria exposta - intencionalmente para proporcionar, pelos alunos, a exploração de texturas e relevos. Já na quadra coberta o sistema empregado foi a grelha metálica de cor branca - a qual também segue a malha modular orientadora do projeto -, garantindo maiores vãos sem deixar de apresentar a leveza desejada. Seu fechamento superior é realizado por meio de clarabóias translúcidas. Do mesmo modo, a cobertura foi pensada a fim de ser um elemento tênue e sutil. Mas para que a mesma não apresente demasiada horizontalidade, ela é apoiada em pilares metálicos esbeltos atirantados à mesma em alguns pontos, os quais compõem elementos verticais, criando uma maior dinamicidade e desenvoltura. Onde o atirantamento não acontece a cobertura é engastada nos próprios blocos, permanecendo dessa forma livre de muitos pilares. Sua forma , decorrente da malha quadrada, é encarada como uma grande grelha, a qual é subdividida por módulos triangulares - formados pelas laterais do quadrado e sua diagonal. Por fim, o fechamento da grelha ocorre por placas de policarbonato, oportunizando maior incidência de luz natural no terreno.
