Muito se fala que o Brasil tem riqueza suficiente para ser um país de primeiro mundo mas se esquece que quem toma boa parte dessa riqueza para redistribuir é o Estado. Além disso, o Estado brasileiro intervém fortemente nas relações de negócios, criando uma imensa burocracia para empregadores. E é claro, sem empregadores não temos empregos.

Este artigo explicará como funciona o empreendedorismo brasileiro, como ele é afetado pelo Estado e como poderíamos tirar o Brasil do desemprego sob uma ótica liberal.

Sabemos que o Brasil é um dos ambientes mais complicados para se empreender devido a burocracia. Os problemas do Brasil são: alta tributação das empresas, burocracia com as relações trabalhistas e demonização do empresário. Falaremos um pouco de cada um desses problemas.

Segundo uma pesquisa da KPMG, prestadora de serviços relacionados à taxações, o Brasil é o 17º país que mais cobra impostos de suas empresas.

Além disso, segundo outra pesquisa, dessa vez do projeto Doing Business, afirma que a gestão tributária fiscal empresarial no Brasil leva 12 vezes mais tempo do que nas empresas da Europa. Em média, os empresários brasileiros gastam 2.038 horas por ano para gerir tributos relacionados a sua empresa.

A partir disso, já podemos ver que a alta tributação das empresas é um fato e não uma falácia. Mas não é só isso: no ranking de facilidade de pagamento tributário, nosso país está em 181º de 190 países. Ou seja, apenas nove países têm pagamentos de impostos mais complicados que o nosso. Você tem noção do quão estamos atrás quando se trata de impostos altos?

Muitas empresas brasileiras acabam quebrando por lidarem com muitas taxações e regulamentações do Estado. Estabelecimentos como lanchonetes devem mostrar avais do Estado para continuarem funcionando. Caso contrário, são fechados mesmo oferecendo um ótimo serviço. Pense que não é uma empresa que está fechando mas sim funcionários que estão ficando desempregados. É um efeito dominó.

As relações de trabalho no Brasil são dificultadas pela CLT e a quantidade de leis que pesam sobre as costas do empregador são desestimuladoras para investir aqui no país. Por isso países como Estados Unidos e Hong Kong que têm relações trabalhistas mais livres atraem muito mais investidores do que o Brasil. Não há discussão sobre isso: países com maior liberdade econômica atraem mais investimento.

Isso também é um problema para a economia brasileira. Quando uma nação entende que um empresário só quer lucrar e que não tem sentimentos, ela pede mais Estado. E isso é nadar na direção contrária da corrente já que políticos populistas irão aparecer para criar ainda mais burocracias para empresas através de leis pesadas contra os empresários.

A demonização do empresário fortalece a intervenção no Estado nas empresas e faz com que boa parte delas não tenham sucesso, aumentando o desemprego e complicando ainda mais a criação de riqueza no país.

Para finalizar o texto, algumas pessoas podem pensar em países escandinavos, como a Suécia. Eles têm uma alta carga tributária e mesmo assim são países ricos. Mas isso se deve ao passado do país.

A Suécia mantém seu alto padrão de vida através da riqueza criada no passado com a liberdade de mercado. A baixa dívida pública, ausência de salário mínimo, proteção da propriedade privada, baixo imposto de renda para empresas e privatizações nas áreas de saúde e educação foram apenas algumas das atitudes tomadas pelo governo da Suécia antigamente que fizeram com que o país crescesse em 2,4% ao ano. Da mesma maneira que a Suécia cresceu, a Noruega e a Dinamarca também fizeram da forma semelhante.

Em suma, precisamos nos tornar a Suécia dos séculos atrás: desburocratização total e diminuição de impostos para geração de mais empresas, empregos e consequentemente aumentar nossa riqueza. O padrão de vida do brasileiro só poderá subir de nível quando tivermos maior liberdade econômica e individual no país.