“Me sinto feliz depois que escrevo”, assim define Kaire Aguiar, sua paixão pela
arte de escrever. A aptidão surge na infância, mergulhado nas influências de casa, da
família e amigos. Seus primeiros versos nascem de uma educação voltada para a leitura
e a contemplação da arte como parte integrante do humano, que segundo ele, deu-se de
forma espontânea. Aos 19 anos, Kaire traz consigo a essência de sua negritude não
apenas na pele. Suas roupas coloridas e cheias de detalhes carregam as influências de
sua origem. Bem mais que poeta, dedica parte do seu tempo ao estudo das Ciências
Sociais na Universidade Estadual do Piauí (UESPI).
arte de escrever. A aptidão surge na infância, mergulhado nas influências de casa, da
família e amigos. Seus primeiros versos nascem de uma educação voltada para a leitura
e a contemplação da arte como parte integrante do humano, que segundo ele, deu-se de
forma espontânea. Aos 19 anos, Kaire traz consigo a essência de sua negritude não
apenas na pele. Suas roupas coloridas e cheias de detalhes carregam as influências de
sua origem. Bem mais que poeta, dedica parte do seu tempo ao estudo das Ciências
Sociais na Universidade Estadual do Piauí (UESPI).
Inquieta-se com o mundo e sua escrita é sobre essa inquietude, uma gama
de percepções agregadas ao longo de sua vida. Às vezes, o desejo de escrever vem ao se deparar com algum assunto na TV, no ouvir de uma música, num debate em sala de
aula. Para ele, poesia é exacerbar sentimentos, seja de revolta por alguma questão mais
ampla e coletiva ou um sentimento de tristeza, frustração e dor num aspecto pessoal.
Escrever lhe é uma terapia, uma ação reflexiva. Atrelado aos seus versos está
militância em organizações sociais, da qual destaca o Movimento Negro. Logo, seus
escritos costumeiramente falam a respeito de preconceito e suas interfaces e ao mesmo
tempo gritam pelo reconhecimento da igualdade entre os indivíduos.
militância em organizações sociais, da qual destaca o Movimento Negro. Logo, seus
escritos costumeiramente falam a respeito de preconceito e suas interfaces e ao mesmo
tempo gritam pelo reconhecimento da igualdade entre os indivíduos.
Suas obras evidenciam preocupação com a autenticidade, a forma como o autor
encara o talento para a escrita, descrevendo-a como uma necessidade. Arte cujo
processo criativo se dá em qualquer contexto e momento, carecendo entretanto, de um
cuidado com as palavras na fuga das más interpretações. Atualmente suas obras podem
ser lidas em seu perfil no Facebook e no Blog “Poesia e Cajuína” criado por ele a fim de
publicitar sua arte.
Repórter: Joaquim Cantanhêde
O que é belo?
A beleza está no ar
Nas lembranças marcadas
Na pele enrugada
No grafite em um muro cimentado
Na mensagem que todo mundo leu
E não entendeu
Nas lembranças marcadas
Na pele enrugada
No grafite em um muro cimentado
Na mensagem que todo mundo leu
E não entendeu
A beleza está em se expressar
Em se aceitar
Do jeito que você é
A beleza está na transparência
Na empatia
Em enxergar no meio do caos
A esperança
A beleza está em você lutar
Tanto dentro, tanto fora
Está em perceber que você não é só um
Você é muitos, você é todos
A beleza pode ser tudo
Pode ser um momento
Um sentimento
Uma razão
A beleza pode ser aquilo que te faz seguir
Ou que te faz ficar
O que te faz sorrir
E o que te faz chorar
A beleza é uma dádiva
Dada a cada um de nós
De formas diferentes
Em momentos diferentes
A beleza é um tempo
E você faz seu tempo
Você determina
O que pode ser belo ou não
A beleza é tanta coisa
Que em um poema só
Eu não poderia listar
Nem sempre é o que nós vemos
É o que nós sentimos
É o que dá pra se imaginar.
Por Kaire Aguiar
Versos de minha cor
Nossa vivência
Nossa persistência
Nosso lutar
Nosso aprender
O lutar contra a opressão
Pela igualdade de olhar
Pelo poder viver
Com sua com se orgulhar
Nossa persistência
Nosso lutar
Nosso aprender
O lutar contra a opressão
Pela igualdade de olhar
Pelo poder viver
Com sua com se orgulhar
Minha história
Meus antepassados
O caminho por eles começado
É por mim continuado
O toque do tambor
O tinir do agogô
A força de um canto
Que me faz pensar e dançar
Meu empoderamento
Minha voz
Nossa busca por direitos
Nosso reconhecer
A falta de direitos do dia 13 de maio de 88
Reflete no agora
Reflete no hoje
E basta a nós, somente a nós
Levantar nossa voz
E fazer uma sociedade melhor.
Por Kaire Aguiar