Pau do Narciso 

Todo homem é insatisfeito com o tamanho do próprio pau
Vocês todos aumentaria, no mínimo, uns três centímetros de felicidade
Eu não! Sou satisfeito com meu membro torto e avantajado
Embora ele me falhe algumas horas oportunas
(Por culpa da meia idade, é claro)
Gosto até de como ele amolece e desfalece quase que se entristecendo
Flácido e destemido, recolhido no consolo fundo do cansaço
O muito membro esperando afago
Gosto também de como quando ele expele o gozo 
Esparramado pelo chão fundo
Meio espalhado feito conforto de quem aprecia e clama esperma feito lama
Eu amo meu pau de uma forma estranha
Que até me assombro com o jeito torto que ele me olha
Eu amo tanto que em dias de frio até prefiro
Que ele me embrulhe subindo pelas costas
Porque ele sabe a forma certa de me envolver de um jeito manso
E eu já quase excitado, porém aquecido, obedeço sem fazer barulho
O mandamento do dotado
Eu gosto da muita pele que forma o meu prepúcio
(Sustento sério em dias solitários)
Na morada do meu membro astuto há rebeldia ávida
Esperando pelo penetrar penúltimo
Eu amo a forma com que meu pau me crava os dentes
E já valente brada desaforo
Atirando por todos os lados
E manchando toda parede palavras úmidas traduzidas no atraso
Porque ele sabe que no comando há espaço para o reinado absoluto e duro
Meu pau engajado, às vezes, eu saúdo e aplaudo de pé 
O desempenho do jato grosso
Eu amo meu pau molhado abrindo novos caminhos 
E quase tinindo debruçando territórios
Vou viril me certificando na ausência do espelho 
A certeza única que meu pau é banhado de beleza.
(estou excitado agora e você está perdendo apreciar tudo isso)

Ítalo Lima
Pau do Narciso
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