Descasco-me até a pura existência. Prostro-me sobre a mão que mais conheço nesse mundo, mas que ainda assim resguarda infinitos caminhos labirínticos a serem descobertos.
Essa vivência não tem nome e sua imagem se assemelha ao todo que está a sua volta. Enquanto encaro essa existência, conceitos se desenformam diante de meus olhos. Minha casca derrete e escorre por entre os caminhos do labirinto que, se transmutam conforme minha pele desliza. Cada parede do labirinto resguarda uma memória tátil. Sinto uma a uma, vagarosamente marcar a casca que se esvai.
Essa duração que se encontra em minhãs mãos cobre sua própria superfície com infinitos espelhos. Cada fragmento reflete meu eu em infinitas esferas. Esse eu que já sem pele, perdeu-se de si. Logo, sou também espelho. E nesse encontro, surge o infinito fractal. Duas imagens auto-semelhantes que se encontram uma na outra, se refletem até quase se fundirem. O encontro está nos reflexos

Labirinto
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