promenade cultural - uma revitalização para o parque da lajinha, contada através de uma narrativa espacial
1º colocado no concurso da disciplina de projeto de arquitetura e urbanismo IX
"Foi um dia bonito, o primeiro dia de março, fresco, úmido, o vento constante cheirava nossa pele, não dá para escapar, perfeito para explorar o parque.
Nunca tinha experimentado antes. Vimos outra pessoa aparentemente perdida dentro tentando achar a saída. Ficamos na entrada, decidindo se queríamos ser presos dentro, também.
Ela entrou primeiro. Eu documentei sua caminhada. Ela retornaria? Então eu segui seus passos. Ela estava se apressando para ajudar a mulher presa. Eu podia ver os dois, mas não conseguia alcançá-los.
Entrei em outro labirinto de vidro sem saber que estava fazendo meu caminho para o centro, buscando meus passos para a saída. Precisava me mover lentamente, estava sempre a centímetros de bater em uma parede, a ilusão de uma abertura. O vidro é surpreendentemente limpo e claro. Buscava uma mão a frente de mim. Eu imóvel olhando para o vidro ali, quase inútil. Até que ele é gentil, de leve me reflete.
Não é preciso muito para lhe dar uma sensação de pânico em ser preso. Depois que eu alcancei o que parecia ser o meio, eu continuei encontrando becos sem saída. Me virei e caminhei de volta pelo caminho que vim, pensando que tinha enganado por desistir, quando eu tinha realmente tomado o único caminho para sair.
Eu estava fora! Liberdade! Confesso que me senti um pouco tonto. Agora, fico me perguntando se aquelas gotas finas de chuva que agora começam a cair eram o choro triste da vida por toda essa indiferença.
Pergunto-me se a direção que sigo é certa, por fora de ferro, por dentro de vidro, reconheço os tropeços, de erros ou acertos para eu guardar os sentidos já dormentes.
Sei que devo resistir, tudo passa.
Mantive olhos presos a qualquer simples movimento mágico que fazia tudo simplesmente continuar. Porque não importa o que aconteça, tudo continua, não é?
Você pode estar sangrando, entregue ao seu último suspiro, mas lá fora o mundo continua.
As pessoas dirigem seus carros, andam nas calçadas, trabalham, dormem, fazem amor.
Foi exatamente assim que aconteceu."
