Os tópicos presentes nesse texto, tem a intenção de abordar de forma simplista as conclusões do autor Jesper Juul em seu artigo “The Game, the player, the World: Looking for a Heart of Gameness”, com a ideia de disseminar essa pesquisa para o estudo acadêmico.

1 - Regras:

Jogos tem que possuir regras, que tem a necessidade de ser boas o suficiente para ser aplicadas a lógica de computação, ou seja, que possam ser programadas e muito bem definidas para que não vire um problema que o player não reclame toda a vez que jogar. É importante que as regras aplicadas não tenham ambiguidade, este é um conceito que ajuda a criar clareza na recepção dessas regras em qualquer situação, ou como o autor cita, as regras podem ser comparadas a uma aplicação (software) que necessita de um hardware para poder ser jogada. Este Hardware pode ser um computador, as leis da física, ou até mesmo o cérebro humano, portanto, o estabelecimento de regras claras faz com que a adaptação a diferentes tipos de Hardware seja perfeita.

2 – Variáveis e resultados quantificáveis

Para algo funcionar como um jogo, as regras do jogo deve prover diferentes possibilidades em relação aos resultados, ajustando as variáveis ações que o jogador pode tomar e a sua habilidade. O jogo tem que utilizar das regras para manter-se desafiador, como por exemplo, o citado Gran Turismo 3, que aumenta a velocidade dos players que estão longe das primeiras colocações, assim balanceando a disputa pela vitória.

3 – Valorização dos Resultados

É basicamente o valor que ações positivas e negativas transmitem ao jogador. Está relacionado a objetivos, e o nível de recompensa adquirido ao completar tais objetivos ou por falhar nos mesmos.

Como citado, há uma variedade de situações que um jogo pode exigir de seu jogador. Geralmente as situações positivas, são mais difíceis de serem completadas, já as negativas é o contrário. Games que são mais fáceis de atingir o objetivo são menos jogados, pois diminuem o senso de superação de desafios.

4 – Esforço do Jogador

Esse tópico mostra que games são desafiadores e interativos, pois exigem que o jogador tenha mais tempo e energia depositada em suas ações para que possua uma recompensa maior (exceto jogos de azar). Isso está relacionado diretamente com o tópico anterior, quanto maior o esforço, maior a valorização do resultado.

5 – Apego do jogador ao resultado

O apego ao resultado é um sintoma psicológico, pois o jogador se sente recompensado por algumas características do resultado. E esse acontecimento não envolve apenas o esforço do jogador, isso é comprovado por jogos de azar, em que o resultado positivo tem por si só o sentimento de recompensa.

O autor diz que o apego ao resultado tem o envolvimento direto com o “contrato de jogo”, em que o player aceita as regras que participam daquele ambiente, estando ciente de que ao aceitar essas regras, estará de acordo com a felicidade da vitória e a tristeza da derrota.

6 – Consequências negociáveis

Um jogo pode ter a opção de causar consequências na vida real, isso é algo que qualquer jogo por diversão pode promover, porém, alguns casos envolvem ações e consequências mais sérias ao jogo, como jogar em um Casino em Las Vegas, é algo que exige aposta de dinheiro real.

Em um jogo comum de diversão, sem consequências sérias (como apostas e danos físicos), o jogador tende a encarar desafios que são controlados, onde o sentimento é de derrota ou vitória, além de sentir a alteração de valores, como o orgulho. Já em apostas reais, a vitória e a perda terão consequências mais pesadas. No caso de atletas, um jogo pode definir o futuro de sua carreira. Isso faz com que a definição de jogos sejam abalada. No esporte, isso pode ser discutido de várias maneiras, até mesmo sobre esportes que são considerados jogos, por terem sua versão não profissional, ou até mesmo esportes onde não são considerados jogos.

O panorama geral disso é que, um jogo possui consequências, sendo elas internas ou externas, e cabe ao jogador escolher aceita-las ou não.

Conclusão:

Dentro dessas 6 ações descritas, podemos definir o que é um jogo por meio de várias tentativas de definição, e de argumentos de alguns escritores. Uma pergunta muito feita por jogadores e não jogadores, é de qual é a relevância direta e o sentido de jogar algo que te limita a regras? A resposta, segundo Juul, é de que um jogo sem regras não traz um propósito. Quando um propósito é estabelecido, o jogador se sente parte de algo. Daí vem o motivos pelo qual todos os tópicos deste texto fazem sentido.