O projeto do Parque Vila Aparecida foi desenvolvido em parceiria com os colegas Enzo Pittol Nercolini, Isabela de Carvalho Figueiró, Monique Vale Szpoganicz e Tiago Escher Guimarães da Silva.
A proposta do projeto foi a concepção de um parque urbano em um terreno de intervenção localizado na porção continental da cidade de Florianópolis, junto à comunidade Vila Aparecida.
Nas bordas das quadras, de frente ao terreno de intervenção, os usos esticam-se até o outro lado da rua. Espremidos entre a frente das casas e os muros de concreto que protegem o terreno de quaisquer usos, os habitantes instalaram bancos, varais, hortas, lixeiras. Os menos de 2 metros entre muro e meio- o tornam-se extensões das casas e trazem vida e uso para a rua. Esses equipamentos informais também reforçam a presença de atividade na fachada das casas, que permanecem com suas portas e janelas escancaradas ao longo do dia de maneira a manter um contato audiovisual entre o interior dos lotes e suas bordas. Os sinais de apropriação são claros: os próprios habitantes construíram esses equipamentos e se aplicam na sua manutenção. A atenção pelo espaço público vicinal é expressiva, caminhando somos ao mesmo tempo acolhidos e escrutinados pelo olhar dos «donos» da rua.
Um parque para a Vila Aparecida precisa ser mais que um espaço público, ele precisa ser espaço social e comunitário, capaz de romper com os limites urbanos e permitir o livre fluxo dos vetores sociais que já inundam as quadras adjacentes.
O projeto visou transformar uma área esquecida e subutilizada em outra na qual a comunidade apropria-se. Contemplando os usuários em diferentes escalas, o parque Vila Aparecida apresenta-se como um catalizador social capaz de dar respostas às necessidades da comunidade. A estratégia principal do projeto se organizou em 3 escalas:
> Semi-pública: consiste em atender as necessidades da falta de espaço para atividades que dizem respeito a vida urbana dos habitantes das bordas do terreno de intervenção. Já é perceptível a utilização do precário espaço de calçadas para a apropriação coletivas com a criação de hortas, instalações de varais, churrasqueiras para festividades etc.
> Comunitária: busca dar respostas a uma carência econômica dos habitantes da Vila Aparecida. A forte organização comunitária levou-nos a propor uma cooperativa para não apenas gerir o parque, como também para utilizar seu espaço para gerar renda. Assim, criou-se hortas de larga escala onde propõe-se o plantio de itens que possam ser comercializados posteriormente. Dando identidade à comunidade, buscou-se através do cultivo de flores estabilizar uma atividade econômica no parque.
> Pública: propõe atender a carência de espaços públicos e de lazer de Florianópolis e sua região metropolitana
Proposta de Intervenção
Perspectivas
Detalhamentos
Espelho d'água e chafariz
Coberturas da feira e área de alimentação
Playground
Escadaria junto ao lago
Pista de corrida
Proposta de Iluminação