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Projeto para Habitação Social

Este projeto trata-se da requalificação do espaço e proposição de novas habitações para o bairro Adolpho Vireque localizado na cidade alta, Juiz de Fora - MG.
É um bairro pouco favorecido de infraestrutura e equipamentos urbanos, em que se predomina a população com faixa salarial de 0 a 3 salários mínimos
 
Notamos que o bairro ainda não tem o total adensamento de construções e ainda a existência de “manchas verdes” pela comunidade, que se dão em terrenos ainda não ocupados, encostas, ao longo dos passeios e em quintais. Há variedade de vegetações, algumas áreas com vegetações rasteiras, outras com maior densidade e estas interferem no micro clima local.
Apesar de tal presença, há uma deficiência na organização espacial dessas vegetações e áreas verdes além da falta de uso adequado que pudesse torná-las espaços livres de uso público com valores sociais e de lazer. Além dessas manchas verdes locais, são marcantes as vistas que surgem ao caminhar ao longo das vias dessa comunidade, áreas verdes como o Morro do Cristo podem ser notadas e assim promovem um bem estar visual.
Mesmo que contraditório, o bem estar promovido pela vegetação surge espontaneamente nas ruas do bairro, através de despropositadas cercas vivas, primavera floridas, entre outros, o que identifica e caracteriza lugares peculiares, que geram surpresa e uma relação de intimidade com o local. Talvez ainda não haja o reconhecimento por parte dos moradores dessa forma de identidade, sendo este um ponto de possível desenvolvimento na requalificação a ser proposta. Além da relação existente entre a vegetação e identidade, podemos pontuar no bairro algumas outras peculiaridades que transformam e caracterizam a comunidade.
 
Mobilidade, Identidade e Integração:
A proposta de novas tipologias considera as questões da concepção urbana prevista na primeira etapa do projeto através dos Espaços Livre e Novas Tipologias.
A praça se divide em 3 platôs onde ocorrem atividades distintas, no primeiro existem mobiliários direcionados para terceira idade, como xadrez; no intermediário com equipamentos infantis, como parquinho e ainda uma arquibancada, que faz desse nível um pequeno auditório ao ar livre, quando retirados os brinquedos; por fim o terceiro patamar da praça voltado para adultos com equipamento para exercício físico e descanso. Conta ainda com telefones públicos, iluminação, abrigo de ônibus, rampas, piso intertravado, etc.
O bairro possui 5 salas comerciais, com instalação sanitária, de 14,60m², localizadas no platô acima do bolsão de estacionamento.
Atividade como loja, lanchonete, lan house, bar, entre outros, podem ser alocadas nesses espaços. Está vetado o acesso de carros, junção física de duas lojas ou ainda qualquer tipo de expansão.
EXPANSÃO
A expansão é um meio de permitir a ampliação das unidades e promover o conforto, além de assegurar a identidade local, através do poder de intervenção e a regularização de uma expansão de predominância ilegal.
O projeto do conjunto prevê expansão das habitações que formam o conjunto de unidades. Esta não está prevista para os prédios.
 
LAJE:
“A lage é uma instituição das casas pobres das cidades brasileiras. ”- Maré, vida de favela.
A lage faz parte do imaginário, cultura e paisagem da favela. Por isso queremos permitir esse tipo de uso e apropriação do espaço, fazendo com que não seja limitado este tipo de desenvolvimento urbano. Vale ressaltar que a Lage faz parte de uma habitação mas o uso e possibilidade de expansão é concedido a unidade do segundo pavimento.
PUXADINHO:
Assim como as lages, o puxadinho é parte indispensável das habitações pobres no brasil. É uma forma de garantir o teto as famílias que se multiplicam através da autoconstrução.
A expansão será permitida em um terço da área de sua habitação, ou seja a casa de um quarto pode expandir fisicamente em 13m² e a de dois quartos em 15m², e vai acontecer na lage ao lado de sua unidade, em cima da habitação térrea.
Projeto para Habitação Social
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Projeto para Habitação Social

Projeto desenvolvido em grupo para a disciplina de Projeto Arquitetônico 5, cursada no segundo semestre de 2010.

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