amplicidade
concurso ‘Cidade Real Beeutiful City’, Trienal de Arquitectura de Lisboa e Beeverycreative, 1º lugar
2013
Amplicidade é uma caixa de ressonância que permite amplificar o som, pressupondo a utilização de um smartphone. É um ícone que pontua o espaço público, ora explicita ora implicitamente, fixado em mobiliário urbano ou fachadas, de forma a que a sua utilização seja espontânea, inesperada e fácil.
Procura destacar-se na paisagem e apelar à sua utilização pela vivacidade do amarelo e pela sua forma reconhecível, próxima à de outros objectos com função semelhante - gramofone, apito, corneta…
 

"Não é o áspero individualismo que se experimenta (…) é a ansiedade sobre o sentimento individual (…) a expansão e a vulgarização da romântica procura da personalidade (…) procura romântica da auto-realização.” 
Richard Sennett, El Declive del Hombre Público, p.25

Acreditamos que actualmente o espaço público da cidade de Lisboa é cada vez menos colectivo, e mais um espaço de individualidade. O Campo de Santa Clara sempre foi por excelência um espaço de troca e expressão da diferença. A Feira da Ladra tem grande parte da responsabilidade por esta identidade, no entanto tem vindo a perder algum do seu carisma e influência no espaço circundante. Enquanto isso, o Jardim Botto Machado, apesar de ser um dos mais qualificados miradouros da cidade, revela também a ausência de interferência e interacção sociais.
 
 
Partimos de um presente entorpecido e de um passado de referência, consideramos que esta zona da cidade precisa de uma estratégia para recuperar e reanimar a unicidade dos elementos existentes que a identificam - Feira da Ladra, Mercado Sta. Clara, Jardim Botto Machado, Panteão Nacional, Palácio Sinel de Cordes.
Assim, Amplicidade é o objecto que acreditamos responder ao problema que identificamos e elegemos.
 
Parte de um dos maiores símbolos do actual comportamento humano - dominado pelos automatismos próprios da produção e consumo - o smartphone, e pretende transformar este objecto individual num objecto promotor de interacção e dinâmica social, e reavivar a cidade penta-sensorial.
 
 
 
 
Pegar no objecto que consideramos símbolo de um problema e transformá-lo no princípio da solução, aliando o carácter elementar e de fácil produção da peça impressa em 3D com o carácter tecnológico e luxuoso dos smartphones, é a estratégia que consideramos adequada aos espaços públicos contemporâneos.
Procura-se, assim activar e revitalizar a cidade, retomando a força deste ponto como lugar de encontro e relações sociais. Pressegue-se uma recuperação urbana que vá mais além da intervenção nos edifícios, do preenchimento dos espaço vazios ou ou da melhoria das condições materiais e infraestructurais.
autoria: Diogo Rocha, Filipe Estrela, Jorge Alves, José Mendanha, Sara Neves
fotografias: Sara Neves e Catarina Ribeiro
 
© 2013
amplicidade '13
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amplicidade '13

Concurso ‘Cidade Real Beeutiful City’ promovido pela Trienal de Arquitectura de Lisboa e pela Beeverycreative, com o objectivo de desenhar objeto Read More

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