Após a leitura da reportagem, começaram a surgir em minha mente diversas formas de expressar alguns conceitos que me chamaram a atenção durante o processo, tais como “identidade”, “processos de empoderamento”, “novas possibilidades”, “identificação” e “infância”. Optei por me desafiar através de uma colagem digital que remete a um processo analógico, proporcionando uma experiência divertida, criativa e permitindo a fusão e incorporação de elementos de outras referências visuais (assim como os impactos da representatividade). Busquei referências em artistas de colagem digital e nos conteúdos da Gama.

Achei interessante incluir o ícone do RAP Sabotage, dado que o gênero musical é reconhecido por abordar reivindicações relacionadas à pauta racial, além do cabelo ser um importante elemento do visual marcante dele. A sobreposição do rosto da criança sobre o do rapper simboliza a identificação e a inspiração desde a infância com um ícone do movimento. Dentro do processo criativo, busquei explorar a ideia de um gif que trouxesse esse olhar da criança, incluindo outras personalidades negras inspiradoras, como Djamila Ribeiro, Maju Coutinho e o jogador John Kennedy. Contudo, ao final, optei pela síntese, considerando que as demais imagens poderiam redundar na mesma narrativa que uma única já transmite. Escolhi incorporar as cores da bandeira do Brasil em uma composição com formas desconstruídas, buscando simbolizar essa perspectiva silenciada nas representações nacionais.