Eu amo sonhos e adoro quando tenho um sonho esquisitão. Na primeira oportunidade que tenho, vou no Google e procuro o significado dos absurdos que passam na minha cabeça quando estou dormindo. Algumas vezes eu fico paranoico, algumas vezes assustado, e outras vezes fico aliviado ou até mesmo feliz. Mas nesse texto vou abordar um sonho um tanto curioso que tive em uma época boa da minha vida. Não se trata de nada assustador, mas podemos dizer que foi algo mais ou menos sobrenatural.

Em 2011, saiu o jogo Portal 2. Nessa continuação do aclamado jogo de 2007, assumimos a visão em primeira pessoa de uma personagem que usa uma arma que abre portais para resolver os puzzles e avançar para o cenário seguinte. É um jogo divertido e desafiador - e muitas vezes insuportavelmente estressante - que sempre me faz sentir inteligente quando jogo. Na época, eu não tinha um videogame, então sempre ia na casa do meu amigo para jogar. Ele sabia que eu estava muito viciado, então deixava eu ir lá só para jogar enquanto a gente ficava conversando e tentando passar das fases.

Meu nível de vício estava insano, um absurdo. Eu lia sobre o jogo, procurava curiosidades, lia críticas, assistia análises no YouTube; simplesmente um viciado em Portal 2. Chegava na escola, conversava com um amigo meu que também jogava e ficávamos um tempão falando sobre o jogo. Nessa época, eu era um legítimo nerd de videogames, jogando o máximo de jogos que eu podia e sempre tentando aprender com os jogos.

Em uma noite qualquer, fui dormir. Estava cansado e precisava levantar cedo no dia seguinte para ir para a escola. Nessa noite, eu sonhei, como sempre. Mas esse foi um sonho sobre a obsessão do momento. Obviamente, sonhei com Portal 2. No sonho, eu estava em uma fase típica onde eu tinha que abrir portais para passar de fase. Nada de anormal. O sonho foi bem real e quando acordei, realmente achei que estava jogando. Odeio quando tenho sonhos reais demais porque sempre acordo triste. No dia seguinte, eu estava cagando e andando para a escola e só queria voltar para casa para ir na casa do meu amigo jogar.

Cheguei em casa, almocei e fui para lá. Comecei a jogar e passar das fases até que a coisa esquisita aconteceu: cheguei na mesmíssima fase que eu havia sonhado. Fiquei eufórico e tagarela, soltando umas 100 palavras por segundo, falando para o meu amigo que eu tinha sonhado com aquela exata fase. Ele ficou impressionado - e um tanto confuso - com esse relato maluco, e eu disse que tinha passado daquela fase no sonho e que ia fazer igualzinho na vida real. Eu mal analisei a fase e simplesmente passei dela, do mesmo jeito que fiz no sonho. Não que meu amigo tenha duvidado de mim em algum momento, mas passando daquela fase sem analisar como de costume e simplesmente passar dela em tempo recorde foi uma prova mais do que suficiente sobre esse sonho doido. Quando passei a gente se olhou e ele disse, com um sorriso: "Mano, isso foi bizarro pra caralho."

Essa época do Portal 2 foi uma época muito boa na minha vida. Nesse ano de 2011 eu joguei jogo pra caramba e acredito que tenha sido o ano que eu mais zerei jogos na vida. Foi simplesmente sensacional. A minha única dúvida é porque eu só tive essa experiência do sonho com Portal 2. Não foi a minha única obsessão com videogames e eu poderia criar trocentos textos a respeito disso. Mas analisando bem a fundo acredito que sei o real motivo. Esse jogo me fez me sentir inteligente como nenhum outro na vida. A sensação de me sentir inteligente foi tanta que eu até ultrapassei as barreiras da realidade. Jamais irei sentir isso novamente. Uma pena.​​​​​​​​​​​​​​
Fonte: destructoid
                     Uma imagem bonita minimalista para instigar sua curiosidade.
Sonho
Published:

Owner

Sonho

Published: