Serie Como sair de casa no pós pandemia!
Ali temos um papel branco, imaculado, ausente de gesto. Na minha mão um lápis, pronto para gravar o seu movimento com as partículas microscópicas do grafite, formando um leve esboço, feito de uma imagem gerada da minha percepção de algo que estou olhando, Meu olhar atual esta direcionado a representar figuras do meu cotidiano, o que neste caso, é, o que estamos simulando nessa esquiçado. Depois do esboço feito, troco de ferramenta, uma caneta por exemplo, talvez azul, em seguida foco em uma superfície da minha referencia figurativa , e a construo a partir de um conjunto de linhas, como por exemplo, quando represento a perna de uma escrivaninha. A superfície plana que representa a "perna" do móvel é algo visual, que foi criado a partir de uma repetição monótono de linhas curtas que pretendo enfatizar no suporte de papel, revisando com a obervação direta e indireta ou imaginaria do meu comodo.
Para construir e delimitar superfícies no espaço bidimensional visual da folha de papel, começo a fazer a hachura a partir de pequenos traços paralelos, que acompanham o caminho da superfície construída e formam as faces da figura geométrica simulada, e continuo esse processo formando outras superfícies até terminar o desenho. Conscientemente tento diferenciar as formas com as direções das linhas e calculo uma composição durante o desenhar, onde posso emergir uma espécie de apagamento na figuração, pelo acumulo de informação, tento no máximo não exceder a harmonia no contraste monocromático do azul sobre a superfície branca.
Esses desenhos atestam a vontade de validade do tempo, além disso a permanência do mesmo. Cada pequeno traço é um segundo, cada pequena área é um minuto, e cada hora é uma representação. O tempo registrado na superfície do papel.