Como diretor de arte, enfrentar a síndrome do impostor é uma batalha constante. Sempre tive essa sensação pesando sobre mim, mas ultimamente parece ter se intensificado. Seria a crise dos 30? Ou talvez uma auto exigência desnecessária? As respostas eu não tenho.
Em 2020, as redes sociais testemunharam o surgimento dos "dumps" ou "photodumps". Durante a pandemia, uma nova tendência emergiu: usuários compartilhavam fotos de sua rotina sem filtros elaborados. A revista Input atribuiu isso a uma mudança na percepção das pessoas em relação ao cotidiano, especialmente durante os lockdowns.
Transpondo isso para minha realidade, transformei minhas redes em um grande laboratório criativo. Em 2023, passei a criar um vídeo mensal para registrar momentos significativos, sem perceber que isso se tornaria uma rica fonte de referências visuais, especialmente no universo da arte urbana. Meses de caminhadas por diversas cidades me proporcionaram uma nova perspectiva, levando-me a observar intervenções artísticas e sua influência na identidade visual das localidades. Mas agora, como aproveitar essas referências? Onde aplicá-las?
Em fevereiro, ao invés do tradicional dump, decidi compartilhar minhas próprias criações inspiradas nesse universo da arte urbana. Desde simples grafites até texturas de paredes, buscava capturar toda a essência daquilo que explorei nos últimos meses.
Esse exercício não apenas alimentou minha criatividade, mas também me ajudou a enfrentar a síndrome do impostor que caminha comigo há mais de 10 anos, foi uma tarefa para lembrar do valor único que trago para a cada criação de uma arte.
Ah, o tema, não preciso falar muito né?
