Dia do Butantan: leis criadas pela Alesp valorizam patrimônio da ciência paulista e mundial
Leis aprovadas pela Casa reconhecem os importantes serviços prestados pelo Instituto, que nesta sexta-feira completa 123 anos de existência
Edição: Fábio Gallacci 
Sancionada no ano passado pelo governador Tarcísio de Freitas, a Lei 17.639/2023, de autoria do ex-deputado estadual Edson Giriboni, institui o 23 de fevereiro como o "Dia do Butantan". A iniciativa homenageia o Instituto por sua relevância na saúde pública do País. Reconhecido mundialmente pela importância no cenário de pesquisas biomédicas, o Butantan foi fundado há 123 anos, exatamente no dia 23 de fevereiro de 1901. Criado em meio a um surto de peste bubônica, ele é até hoje um dos principais produtores de imunizantes do planeta.

Vacinas

Durante a pandemia de Covid-19, o Instituto ganhou destaque no Brasil e no mundo pelos estudos realizados na área e, principalmente, pela produção de vacinas contra o vírus. Em colaboração com a farmacêutica chinesa Sinovac, o Butantan começou a produzir os imunizantes em 2020 e em seguida desenvolveu sua própria vacina, 100% brasileira, a Butanvac.

No ano seguinte, a Alesp aprovou a Lei 17.365/2021, que autoriza o Poder Executivo estadual a comprar, distribuir e aplicar vacinas, além de permitir a utilização do soro anti-covid desenvolvido pelo Instituto Butantan, outra importante conquista no combate ao patógeno.

Dengue

Atualmente, outro grande avanço da instituição é a vacina contra a dengue. Resultado da parceria com os centros de pesquisa National Institutes of Health e American Type Culture Collection, dos Estados Unidos. O fármaco é eficiente para a proteção contra os quatro tipos de vírus da dengue e está em fase final para obtenção do registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Além das recentes vitórias em prol da saúde pública, o Butantan é um grande agente da imunização em massa no Brasil, produzindo vacinas contra raiva, HPV, hepatite A, hepatite B, influenza, H1N1 e dTpa, sendo o maior produtor de soros e vacinas da América Latina.

Espaço aberto

Localizado na antiga fazenda Butantan, o instituto é cercado por uma vasta área verde preservada. O terreno de 80 hectares abriga centros de pesquisa, museus, horto, biblioteca, hospital, entre outros espaços.

Entre as atrações abertas ao público, o museu de biologia ganha destaque por abrigar diversas espécies de serpentes, aracnídeos, anfíbios e outros animais intrigantes, incluindo uma sucuri de 72 quilos.

O museu de microbiologia e o museu da vacina também estão abertos para visitação. Com modelos educativos e jogos interativos, é possível observar de forma imersiva como patógenos e imunizantes operam no corpo humano.

Para visitar os museus é necessário realizar a compra de ingresso na bilheteria física. Os valores variam entre R$ 2,50 e R$ 6,00, e algumas pessoas possuem direito à isenção de pagamento.

O Macacário do Butantan, criado em 1929, abriga macacos Rhesus, espécie originária da Ásia. Os primatas podem ser observados por visitantes do complexo sem a necessidade de apresentação do bilhete.

Animais peçonhentos

Outro importante papel do Instituto é a produção de soros que neutralizam toxinas liberadas através da picada de animais venenosos, como escorpiões, cobras e aranhas.

Há mais de um século, o Butantan trabalha no desenvolvimento desses medicamentos através da imunização de cavalos com antígenos produzidos a partir de venenos e toxinas, para a obtenção de diferentes tipos de plasma.

O tema era um grande interesse do médico sanitarista e cientista Vital Brazil, que presenciou inúmeras mortes em decorrência de acidentes causados por serpentes. A partir disso, o médico desenvolveu materiais voltados à prevenção e ao tratamento, além de instruir a população na captura e destinação desses animais.

Vital Brazil

Em 1899, embarcações europeias atracadas em Santos trouxeram o surto de peste negra ao País, causado pela bactéria Yersinia pestis. Diante de um alto risco para a saúde pública de São Paulo, o governo estadual criou um laboratório para a produção de soro antipestoso.

O centro de produção, que antes era vinculado ao atual Instituto Adolpho Lutz, é reconhecido dois anos depois como instituição autônoma.

Vital Brazil, primeiro diretor do antigo Instituto Serumtherápico, foi um importante estudioso que atuou diretamente contra a febre amarela, a peste bubônica e acidentes causados por animais peçonhentos. O sanitarista comandou a entidade até 1919.

Serviço

Os museus do Instituto, localizados no parque, funcionam de terça a domingo, das 9h às 17h, sendo possível a entrada até as 16h45. Para a visitação é necessário a compra dos ingressos no dia da visita. A bilheteria funciona das 8h45 às 16h. Para mais informações, é possível acessar o site do Instituto Butantan: https://butantan.gov.br/.
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