Não podemos conhecer nada que nos seja exterior passando por cima de nós próprios – pensa ele agora – o universo é o espelho no qual podemos contemplar apenas aquilo que aprendemos a conhecer em nós próprios.
Abre os olhos. O que surge diante do seu olhar parece-lhe algo que viu todos os dias: ruas cheias de pessoas que têm pressa e que abrem caminho à cotovelada, sem olharem na cara umas das outras, por entre altas paredes cheias de arestas e de gretas.
Ao fundo, o céu cheio de estrelas envia clarões intermitentes, como se fossem um mecanismo encravado, que estremece e range em todas as suas juntas mal oleadas, postos avançados de um universo periclitante, torcido, sem descanso tal como ele.
Palomar – O Universo como espelho – Italo Calvino
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Insight transporta-nos para o mundo da personagem, tudo o que vemos deixa de ser apenas aquilo que se observa na rua para passar a ser parte da personagem.
O quotidiano nesta curta metragem torna-se o ponto fulcral da narrativa, dando especial importância à forma como as acções acontecem, mais do que a própria acção em si.
Para além daquilo que é observado, a personagem dá azo também a reflexões perante o que vê, questionando-se acerca da sua posição perante o outro.
Observação, reflexão, espelho e introspecção são os conceitos que melhor resumem a perspectiva aqui enunciada.
“O universo como espelho” é o ponto de partida e também o ponto de chegada para esta curta metragem, onde a personagem tenta compreender o seu próprio universo através das ações que vai presenciando.
Curta Metragem de
Ana Queiroz
João Marques
Sar Brito
Sylvie Lopes
Duração: 14:05 minutos Idioma: Português
2014
Licenciatura em Design de Comunicação – FBAUL
Audiovisuais e Multimédia I – Palomar – proj.2 – 2013'14
