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FOUND IN TRANSLATION
UMA JORNADA NAS TRANSLAÇÕES DO TEMPO E DA ARTE

Encontramo-nos no jogo da translação, onde o tempo, como um elo invisível, tece o fazer artístico de Iolanda Teixeira e Nuno Quaresma
A exposição “Found in Translation” é a convergência de duas almas criadoras, dançando em harmonia através do tempo e do espaço, na qual os artistas, de maneira engenhosa, escolhem transcender o clichê do “lost in translation” e nos convidam à partilha da investigação onde a tradução ao invés de perder a essência, provoca o encontro.
A geometria euclidiana, fundamenta que o ponto é uma entidade independente e uma linha é uma coleção infinita de pontos que se estende indefinidamente em ambas as direções. Evocada por eles, torna-se o mapa que guia os espectadores por um espaço-tempo compartilhado, onde cada obra é uma estação nesse percurso e deve ser saboreada em todas as leituras possíveis e impensadas.

A nossa viagem parte de um ponto emblemático no qual Nuno Quaresma, se propõe a desvelar as camadas da história humana, subvertendo o tempo e revelando Adão e Eva nos corpos “frágeis-perplexos-perdidos-contemporâneos-comuns”, expulsos do paraíso para iniciar a jornada.
Quantos de nós somos Adão e Eva, exatamente assim e neste espaço-tempo? 
Suas obras, como “Caim e Abel”, provocam interpretações e sensações que vão do desconforto ao êxtase, abordando questões como homofobia, traição, racismo, fantasia, erotismo e opressão. Mitos como Afrodite e Super-Homem são apresentados como pessoas comuns, criando um caleidoscópio de possibilidades entre deuses e humanos, entre a mitologia judaico-cristã e a realidade cotidiana de Lisboa.

Iolanda Teixeira, por sua vez, com suas pinturas digitais e colagens digitais e analógicas, apresenta um mergulho profundo no cotidiano lisboeta e no imaginário do qual emergem olhares e atitudes femininas ícones, como as de Amália Rodrigues, Bette Davis e Frida Kahlo.  Seus retratos, marcados pela força do olhar, narram uma história de atitude e autossuficiência da mulher, enquanto a calçada típica portuguesa se funde ao corpo feminino, revelando a fusão harmoniosa da realidade com a imaginação da alma feminina da cidade e lançando a provocação expressa no título da obra.
É uma calçada ou uma mulher? Quantos de nós pisaríamos?
Suas obras são pontos que dançam na linha traçada entre o azulejo português e o elétrico, entrelaçando o comum e o extraordinário.

O diálogo entre as obras dos dois criadores, uma tradução visual de signos que emergiram nos últimos 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 45 segundos, é a essência da exposição. Cada peça é um ponto em uma transformação geométrica, movendo-se pela mesma distância em direção a um entendimento mais profundo da condição humana. Os paraísos encontrados e perdidos, as caixas de segredos, tudo se desdobra em uma reviravolta ao redor do astro-rei, sem filtros ou tabus, à mercê da testemunha silente, o sol, que ilumina essa narrativa.
Todos os pontos desta linha se entrelaçam na mitologia judaico-cristã, no cotidiano e no imaginário, desencadeando reflexões sobre homofobia, traição, erotismo, nudez, racismo, tradições e opressão em um caleidoscópio que conta as complexas relações humanas desde Adão e Eva até o elétrico lisboeta.

Embalados pelos sons  de Lisboa, cuidadosamente transformados em música conceitual para esta exposição, somos convidados a transcender o tempo e as barreiras, clamando o planeta, a cidade, o ecossistema e a vulnerabilidade da existência humana. “Found in Translation” propõe um convite a comungar do mistério e explorar muitos mundos inteligíveis no infinito intraduzível das muitas possibilidades de cada ponto.
E deixo a todos a pergunta final: 
O que acontece na sua linha traçada entre Adão e Eva e o elétrico?
Adriana Scartaris
Curadora da Exposição



Site:

Mockup imagem de capa cortesia de: www.mockupbee.com
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Embalados pelos sons da cidade cuidadosamente harmonizados em música conceitual para esta exposição, somos convidados a transcender o tempo e as Read More

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