Local onde passei os dias registrando e vivendo cada momento, casa da avó paterna em Nova Aurora, Goiás - Brasil.
Logo no trajeto para o destino final, nota-se a tranquilidade na pista e nos passageiros.
Da janela do ônibus observo a natureza, há muita vida em suas diferentes fases, antes durante e, depois, se é que está última existe. Há também casas, repletas de histórias.
Cidade à vista. Coração à mil. Dois anos sem visitar e desta vez, com a realização de poder registrar cada parcularidade do interior goiano, onde vivi boas memórias da infância e desde então queria registrar.
Aproxima-se de 1h da tarde, sou recepcionada com a tradição de realizar as refeições em cojunto. Ela, privilegiadamente chamada por mim de vovó, estava a me esperar para almoçarmos.
Sua casinha estava completamente cheia de vida, plantas lindas como ela. Nota: é comum as pessoas ficarem observando a rua, verão a seguir o quanto isto é levado a sério.
Depois do almoço, hora de colocar a conversa em dia. Do modo clássico, cadeira e crochê.
Agora, contra a grande maioria dos idosos e seus pensamentos "tradicionais", ela estava fazendo por orientação do psicólogo e ainda me mostrou todos os que já tinha feito desde então.
Dos privilégios que possuo, ter a bisavó.
Três gerações em uma foto.
É notório que existem pessoas que escolhem permanecer em seus costumes ou adaptar-se a uma nova realidade.
Não há certo ou errado, mas é lindo de se ver a resiliência de quem encara o novo e quem permanece ao de costume.
Pensei que iria ter certa rejeição da bisa, por tantos cliques e ela no fim estava pedindo fotos.
Confesso uma surpresa inexplicável ao me deparar com verduras e legumes sendo vendidos em um caminhão, que por sinal passa por toda a cidade. Tudo fresquinho, na porta da sua casa. Surreal.
E por onde passas, verás um banquinho, para curtir a tranquilidade e poder sentar na rua ao pôr do sol, conversar com os vizinhos e com quem passar. E se não conhecem quem está na rua, ouve-se um "você é filho/neto de quem?" e tudo se esclarecerá em segundos.
Entretanto, de todos os banquinhos, este marcou a vida de minha família.
E assim se eternizará, nesta foto e nas lembranças.
Nossas raízes, nossas histórias, nossa vida.
MARCOS TEMPORÁIS.
A TODO TEMPO, EM TODO LUGAR.
marcas estas que as vezes são incompreensíveis e inexplicáveis, todavida, inevitáveis.
E assim restam somentes as lembranças nos banquinhos, em uma cidade pacata, com a família toda reunida...
Vejo com um olhar de gratidão por tudo que tivemos advindo do amor. De quem já se foi, e de quem ficou.
De quem realmente aprendeu sobre o tempo, seus marcos e ensinamentos.
Retornar ao interior, por alguns dias desacelerar, trás mais que paz. Trás ensinamentos sobre o hoje, a preciosidade de uma comida no prato, uma geladeira cheia de doces caseiros e louças sujas pós almoço para toda a família.
Que possamos enxergar a vida como crianças que jogam bola, caem, levantam, se desentendem, mas entendem que aquilo é só um momento, vai passar e a vida vai continuar. Continuar com gratidão, sossego e amor.
Amor à si mesmo, ao próximo, ao tempo presente e ao tempo vivido, intensamente.
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